Foi o depoimento do vendedor ambulante conhecido como “Veinho do Bombom”, que há cerca de três anos trabalha durante a madrugada em frente às boates “Água de Chocalho” e “Cenário”, tomado nas últimas horas, o principal suporte para que o delegado federal José Edilson Freitas, pedisse a prisão da estudante de publicidade Nayra Fernanda Bezerra da Silva Veloso Chaves.
A prisão de Nayrinha Veloso foi em função de que o delegado federal entendeu que ela está escondendo a identidade de um homem que a acompanhava juntamente com Fernanda Lages, por volta das 3h30min da madrugada do dia 25 de agosto do ano passado, quando o grupo foi visto por dois vigilantes que passavam de carro fiscalizando o trabalho de colegas na avenida João XXIIII, como este portal revelou há alguns meses. “Veinho” assegurou para os federais que viu Fernanda entre 2h e 3h da madrugada daquele dia, na rua, precisamente na calçada à margem da avenida Nossa Senhora de Fátima com uma amiga e um rapaz como se estivesse esperando alguém que chegaria de carro.
Este repórter teve acesso a informações de pessoas com quem “Veinho do Bombom”, um homem de 50 anos, conversou depois de ter prestado depoimento. Ele disse aos federais que estava muito acostumado com Fernanda Lages e gostava muito dela porque toda vez que a garota chegava nas boates em que estava vendendo nas calçadas os seus produtos, elogiava a beleza de seus olhos e Fernanda agradecia carinhosamente.
Naquela madrugada da morte quando viu Fernanda na rua, fora da boate, se aproximou e mais uma vez elogiou os seus olhos. A garota teria agradecido novamente com muita gentileza e ficou olhando ao mesmo tempo para o interior da boate Água de Chocalho e para a avenida numa clara postura de quem estava esperando alguém que chegaria em seguida.
Mentiras
Os federais começaram a desmontar a versão de Nayrinha de que naquela madrugada só haviam deixado a boate no final da balada para irem ao “Bar do Pernambuco”, a partir dos depoimentos dos vigilantes da PIV-SEG Jeyson Ângelo de Oliveira e Rosenilson Oliveira dos Santos, como este repórter revelou há alguns meses. Os dois disseram que passavam pela avenida João XXIII precisamente às 3h30min da madrugada do fatídico 25 de agosto, quando viram um Fiat preto, último modelo, estacionado sob uma mangueira existente em frente ao prédio em construção da Procuradoria Geral da República, na pista marginal.
De acordo ainda com o relato dos dois, três pessoas estavam conversando animadamente sentadas no meio fio da calçada: uma moça loira de estatura baixa, uma outra moça morena “de pernas muito bonitas” e um rapaz com o cabelo baixinho. Os três chegavam a trocar movimentos como se estivessem numa brincadeira,
Mais tarde os dois vigilantes reconheceram Nayrinha através de fotografias ainda na Polícia Civil como a moça de pequena estatura que tinham visto com a morena de pernas bonitas, mas a investigação não se aprofundou nesse ponto porque Nayrinha, ouvida na sequência, afirmou categoricamente que naquele horário estava dentro da boate com Fernanda e que não havia saído do interior da “Cenário” desde que entrara pouco depois da meia noite a não ser para ir embora com o grupo de amigos.
Levados para a Polícia Federal, os dois vigilantes prestaram depoimento com riqueza de detalhes e garantiram mais uma vez ter visto o grupo naquele horário em frente ao prédio, reconhecendo Nayrinha novamente através de fotografias. Neste momento faltava aos federais mais alguma coisa para desmontar a versão de Nayrinha, alguém que dissesse que a vira sair da boate antes do horário declarado. Foi ai que os investigadores conseguiram chegar ao “Veinho do Bombom”. Pronto: está derrubada a versão da estudante de publicidade que pode, de acordo com os levantamentos que estão sendo feitos, estar escondendo a identidade do homem que integrava o grupo quando este foi visto pelos vigilantes.
Além de ter divulgado a existência dos dois vigilantes e do teor do depoimento de um deles, prestado ainda à Comissão Investigadora do Crime Organizado, este blogue, numa matéria seguinte que chegaria aos 40 mil acessos (os dados estão disponibilizados provou, divulgando uma fotografia de Fernanda entre Nayrinha e amigas tirada naquela mesma noite, que o depoimento de Jeyson Ângelo, era verdadeiro a partir da descrição que fizera da roupa que Nayrinha vestia.
Este blogue revelou a existência desses dois vigilantes dias depois que a Polícia Civil divulgou seu relatório sem relacionar acusados e sem determinar se acontecera homicídio ou suicídio.
É muito provavel que a Polícia Federal já tenha pistas sobre a identidade do homem que se encontrava com Fernanda e Nayrinha em frente ao prédio em que a estudante de direito seria encontrada morta cerca de duas horas e meia depois. Existem fortes indícios de que a Polícia Federal solicitará mais prisões dentro das próximas horas.
Por Feitosa Costa