Com o CAPS-Centro de Atendimento Psico Social, pacientes que antes só tinham como alternativa de atendimento o Sanatório Meduna e o Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu, agora são tratados no município, onde contam com o acompanhamento familiar.Inaugurado nas comemorações dos 118 anos da cidade, o Centro de Atenção Psicossocial Dr. Chagas Martins chegou esta semana à marca do milésimo paciente atendido, estabelecendo um marco no atendimento às pessoas com transtornos mentais na região.
A estrutura é a única em Luzilândia apta a tratar pacientes com esse tipo de distúrbios e presta atendimento também a pessoas de cidades vizinhas. O CAPS, segundo a prefeita Janainna Marques, trabalha com uma equipe multidisciplinar que permite acompanhamento mais amplo do paciente, seguindo o modelo estabelecido pelas autoridades federais pelo setor. “O Centro representa um salto na qualidade nesse tipo de atendimento”, salienta, ao destacar que a estrutura atendeu o milésimo paciente este mês. A prefeita destaca, ainda, que todo o trabalho no local é voltado a reinserção do paciente na família e sociedade. “Eles recebem a atenção necessária quanto a medicação, mas também são envolvidos em atividades como oficinas de arte, artesanato , culinária e terapias de grupo, além do trabalho em psicomotricidade, hortas comunitárias e preparação para alfabetização”, enumera. O secretário de Saúde, Dr. Alderico, explica que no CAPS parte dos pacientes que são atendidos são encaminhados pelos Agentes de Saúde e outros buscam espontaneamente a estrutura. A equipe, segundo ele, trabalha com o gerenciamento dos casos personalizando o projeto de cada paciente na unidade e fora dela também.
“A permanência diária no CAPS é incentivada, mas a meta é a inserção deles no seio familiar’’, sinaliza. Segundo ele, o CAPS de Luzilândia tem cumprido o seu papel em trabalhar dentro do novo diferencial no tratamento de doenças psiquiátricas. “Pacientes que antes só tinham como alternativa de atendimento o Sanatório Meduna e o Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu agora são tratados in loco, permitindo maior interação com o seio familiar e a comunidade com a qual convivem”. Essa característica, segundo Dr. Alderico, é fundamental para um restabelecimento mais rápido das pessoas em tratamento. “Nossos profissionais têm acesso às famílias e ao contexto em que o usuário vive, o que permite um acompanhamento individualizado e favorece a recuperação”, reitera o secretário. Outra vantagem é o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar. “São psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, educadores físicos, enfim, uma grande quantidade de profissionais que trabalham em conjunto buscando o mesmo objetivo, que é a reinserção do paciente em sociedade”, conta, ao afirmar que a época de segregação nesse tipo de atendimento ficou, definitivamente, para trás. “Este modelo provou sua eficácia”
Dados sobre Saúde Mental
• 3% da população geral brasileira sofre com transtornos mentais severos e persistentes;
• 6% da população apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes de uso de álcool e outras drogas;
• 12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual;
• 1016 CAPS funcionando em todo o Brasil;
• 600 mil pessoas estão atualmente em tratamento nos CAPS;
• 2,3% do orçamento anual do SUS é destinado à Saúde Mental.