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Capitão confessa que matou Camilla, alega ciúme e diz que tiro foi acidental

Em entrevista coletiva realizada na secretaria estadual de Segurança Pública, o coordenador da Delegacia de Homicídios, Francisco Costa, o Baretta, informou que o capitão da Polícia Militar, Allisson Watson, 37 anos, confessou o assassinato da namorada Camilla Abreu, 21 anos.

Ontem (31) o oficial da PM revelou para a Polícia Civil onde o corpo da jovem foi ocultado, no Povoado Mucuim, zona Sudeste de Teresina.
Em depoimento, o capitão tentou desqualificar a estudante, disse que o crime foi motivado por ciúme e alegou que o disparo que atingiu a jovem foi acidental. No entanto, o delegado Baretta assegurou que a Polícia Civil não acredita na versão do PM.
“A Policia Civil não acredita na versão dele. Apesar de estar acompanhado de advogados que devem ter instruído ele. A dinâmica é totalmente diferente. A defesa diz que foi um tiro acidental. Que ele teve uma discussão com ela e tentou tomar a pistola que ela pegou. A pistola disparou e atingiu ela. A dinâmica mostra diferença no que foi alegado pela defesa porque os passos dele subsequentes dele foi tentar destruir as provas e ocultar o cadáver”,disse o coordenador da Delegacia de Homicídios.
Allisson contou à polícia que tanto ele como a namorada estavam embriagados no momento da suposta discussão.
O delegado relatou que Camilla foi assassinada entre 2h e 3h da madrugada de quinta-feira (26). “Às 20h o capitão foi deixar Camilla na faculdade, às 22h foi para o Bar da Brahma, os casal e uma amiga, às 1h:45min foram deixar a amiga em casa e depois Camilla não foi mais vista. O crime aconteceu em um mirante que fica usina Santana”, informa Baretta.
O delegado geral Riedel Batista esclarece que o crime caracteriza feminicídio no entanto, como houve ocultação de cadáver, o inquérito vai ser concluído na Delegacia de Homicídios.
O secretário estadual de Segurança Pública, Fábio Abreu, garante que o capitão será punido de forma rigorosa. Abreu, que também é capitão da PM, defende, ainda, a expulsão de Alisson Watson dos quadros da Polícia Militar.

“Orientamos os delegados para que eles tenham todas as peças possíveis para que esse indivíduo seja punido rigorosamente. Temos que ter esse caso como exemplo de que não haverá nenhum tipo de impunidade. E a minha vontade é que ele seja expulso porque a Polícia Militar não pode ter em seus quadros uma pessoa com esse comportamento”, pondera Fábio Abreu.
Banco onde estava Camilla foi trocado
O delegado responsável pelo inquérito, Emerson Almeida, disse que vai ser realizada uma perícia no veiculo do capitão. Foi constatado que o estofado do banco do passageiro do carro, um Corolla ano 2010, foi trocado.

O delegado Emerson informa que na manhã de sexta-feira (27) o capitão Allisson lavou o carro em um posto de lavagem localizado na Avenida Maranhão para tirar o sangue de Camilla do veículo. O Corolla também foi lavado por uma segunda vez em um lava-jato da cidade de Campo maior.
“Como o carro tinha muito sangue, ele [capitão da PM] alegou no posto de lavagem que tinha atropelado duas pessoas e prestado socorro a elas”, o delegado Emerson, destacando que que essa versão também foi rechaçada porque não há nenhuma avaria no veículo.
Delegado Emerson, assim como o delegado Baretta, ressalta que a tese do tiro acidental também não se confirma pelo fato de Allisson ser um capitão da PM, preparado e que conseguiria imobilizar Camilla se ela realmente estivesse com a arma dele.
O capitão Alisson está detido no presídio militar. A corregedoria da PM garante que, após a finalização do inquérito da Polícia Civil, irá instaurar procedimento administrativo disciplinar contra o oficial.

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