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Candidata acionará MP e Polícia para que seja investigada lisura do Miss Piauí

downloadA modelo Kayra Nascimento, Miss Esperantina 2016, ingressará com representação junto ao Ministério Público e à Polícia Civil para que seja investigada a lisura do concurso Miss Piauí 2016, realizado no último dia 10, em Teresina.

Nesta semana, vazou áudio em que um dos organizadores do evento oferece vantagens a uma das candidatas ao título. No mesmo material, Kayra é chamada de modo depreciativo de “negrinha”. A modelo também tomará providências cíveis e criminais para apuração do crime de injúria racial e reparação do dano moral sofrido.

“Ser miss é um sonho; é uma honra poder representar minha cidade ou meu estado, colocando todo o esforço em prática para fazer o Piauí ficar na colocação merecida. Após ter o áudio em minhas mãos, só consigo sentir indignação. Eu me senti descartável pela cor, vi que todo o meu esforço não valeu a pena”, declara Kayra Nascimento, que buscou ajuda da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Piauí (OAB-PI).

No áudio, o organizador oferece vantagens a uma das candidatas, afirmando que alguns dos jurados seguiriam as suas orientações no momento da atribuição de notas. Além disso, o promotor do concurso também sugere à sua interlocutora que elogie outras candidatas, para não levantar suspeitas, “menos a negrinha” (em suas palavras). Isso evitaria comentários de que os eventuais elogios a Kayra só teriam sido feitos porque a Miss Esperantina não teria chances de vencer o concurso estadual.

Kayra afirmou ainda apoiar e torcer para que a atual Miss Piauí possa representar bem o estado no certame nacional. “Mas gostaria que a justiça observasse um concurso como este mais de perto. O áudio é específico da atual realidade. E para que isso não aconteça com as futuras participantes, sejam elas de que cor forem ou qualquer que seja sua condição social”, ressaltou a modelo.

Injúria racial

O crime de injúria racial está previsto no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa. A advogada de Kayra Nascimento, Laís Marques, explica que “é considerada injúria a ofensa à honra de alguém utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.

Por Dalyne Barbosa:

 

 

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