Os professores da rede estadual de educação, em greve há exatos 73 dias, repudiam a atitude do secretário estadual de Educação, que afirmou que a partir de então não negocia mais com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí (Sinte) e que suas ações serão todas administrativas, não fazendo mais negociações.
“Quem decide o fim da greve são os professores, em assembleia, e não o governo. Queremos apenas o cumprimento da lei, não aceitamos que o secretário minta desta maneira, se ele afirma isso, é um mentiroso”, afirmou o professor Marcos Fernandes.
A principal reivindicação dos professores é o reajuste linear e retroativo, de acordo com o piso nacional que vale a partir de janeiro deste ano, além da manutenção da regência, que foi incorporada aos rendimentos da classe.
O governo anunciou ainda que o ponto dos professores em greve será cortado, caso não voltem às salas de aula, além de serem substituídos por outros professores e processo administrativo por abandono de trabalho.
“Isso é uma afronta aos trabalhadores, que ameaça de maneira covarde, há uma equipe do comando no Ministério Público para verificação de danos morais nessa ameaça. Continuamos a greve e repudiamos essa atitude”, afirmou Marcos Fernandes.
Uma nova assembleia deve ser realizada na próxima terça-feira (15/05), ao lado do Palácio de Karnak, para que sejam decididos os rumos da greve.
Para o professor Marcones Herbert, o governo tem até segunda para se manifestar à Justiça sobre os motivos que não paga o piso para os professores que é lei.
“O governo já foi notificado. Além disso, essas ameaças não podem ser feitas porque a greve não foi considerada ilegal, como confirma a promotora Leida Diniz”, concluiu.
Os professores ainda mostraram leis que comprovam que o governo pode receber verbas federais para completar o piso, além dos critérios para o procedimento.
Fonte: 180 Graus