Demonstrando irritação com a exoneração de Carlos Máximo da superintendência do Ibama no Piauí, o deputado federal Marllos Sampaio (PMDB/PI), que indicou o ambientalista para o cargo, confirmou que não foi avisado sobre sua saída – soube pela imprensa. Atacando o PT, o parlamentar disse que deixa o cargo a disposição do Partido dos Trabalhadores, mas irá fazer cobranças sobre a gestão passada e atual do órgão no Brasil.
“Eu deixo o cargo a vontade para o PT (do Piauí). Eu não indico mais um cargo federal no Brasil. Vou apenas fiscalizar.”, disse Marllos Sampaio, ressaltando que a presidência da República e os principais ministérios já são petistas. “Mas que pelo menos coloque uma pessoa boa, que seja comprometida com a causa do Meio Ambiente”, acrescentou.
Marllos Sampaio lembrou como se deu a indicação de Carlos Máximo. “Eu não queria nem indicar”, disse o deputado, afirmando que o cargo surgiu em suas mãos “como se fosse aquela sobra, aquele resto que ninguém quer”. Ele citou que o ambientalista demorou nove meses para ser nomeado.
Para o deputado, a exoneração de Máximo cinco meses depois após sua posse surge por conta das reclamações que o mesmo fez ao Ibama nacional. “Ele encontrou irregularidades que foram passadas para o presidente nacional do Ibama”. Entre os problemas estão a falta de estrutura para o trabalho e o fato de estados como Maranhão e Ceará terem repasses maiores que os do Piauí.
Marllos Sampaio promete formular na Câmara dos Deputados pedidos de informações ao Ibama sobre sua atuação no Piauí nos últimos 10 anos. Ele defende o nome de Máximo como pessoa com ficha limpa, que deixou o cargo sem corrupção ou qualquer denúncia, o que o leva a crer que a demissão tenha cunho político.
“Eu só espero que também não tenha sido uma retaliação ao deputado Marllos, pelos meus posicionamentos com relação ao presidente da casa, Marco Maia, que é do PT. Minhas críticas constantes”, acrescentou. O caso já foi levado para o líder da bancada piauiense em Brasília, senador João Vicente Claudino (PTB).
Cobranças ao PT
Marllos Sampaio disse que os políticos que devem ser mais cobrados hoje são os petistas, que teriam em tese mais acesso ao Governo Federal, gerido pela presidente Dilma Rousseff (PT). Ele citou o nome do senador Wellington Dias (PT) como pessoa com mais poder para conseguir recursos para o Piauí.
Eleição
O deputado federal confirmou que seu nome continua colocado para a Prefeitura de Teresina. “Com a atual conjectura, com a atual postura de alguns partidos, o PMDB se vê na obrigação de ter candidato a prefeitura”, disse Marllos Sampaio, informando inicialmente que a sigla deve ter candidato próprio.
O pmdebista critica o PSDB pela possibilidade de coligação com o PSB do governador Wilson Martins. “Um estado forte se faz com oposição. E a oposição no Piauí está em extinção. (…) O PMDB tem candidato, e agora mais do que nunca, tem candidato forte para a disputa à Prefeitura de Teresina”, concluiu.
Por Fabio Lima