Como proprietário da Vanguarda Engenharia e responsável pelas obras de fundação ( já concluídas ) do edifício sede do Tribunal Regional do Trabalho, na avenida João XXIII, o engenheiro civil Jivago Castro Ramalho, foi uma das pessoas ouvidas no inquérito que apura a morte da estudante de direito Fernanda Lages Veras, de 19 anos, ocorrida ao amanhecer do dia 25 de agosto, uma quinta-feira. Ele atendeu prontamente a convocação do comandante da investigação. Disse que não conhecia Fernanda.
O engenheiro foi ouvido pelo delegado Paulo Nogueira sobre o funcionamento da obra e o sistema utilizado nos turnos dos vigias Domingos e Miguel, testemunhas cujos antecedentes a polícia busca em vários setores. O primeiro porque viu alguém entrando na área e o segundo porque conversou com o colega às 6 horas da manhã daquele dia quando recebeu o serviço e viu o Uno preto estacionado em frente ao portão pelo qual Fernanda havia passado.
De acordo com informações Miguel ainda chegou a brincar com Domingos quando recebeu o serviço:
– Seu Domingos o sr. está bem de vida …Já comprou um carro novo.
Miguel disse isso a Domingos depois de constatar que o Uno de Fernanda estava caprichosamente estacionado com as duas rodas da lateral direita sobre a faixa de terra destinada à calçada.
O engenheiro Jivago afirmou para o delegado que não tinha aproximação com os vigias. Eles tratavam mais diretamente com o responsável pelo setor da sua empresa. Esta declaração corrobora depoimento do vigia Domingos que afirmou que só tinha visto o dono da construtora uma única vez.
Nunca viu Fernanda
No final do depoimento, segundo fonte segura, o delegado Paulo Nogueira perguntou a Jivago se ele conhecia a estudante Fernanda Lages. O engenheiro civil respondeu na mesma linha da entrevista que concedeu ao repórter Elivaldo Barbosa, da TV Cidade Verde, reafirmando que não conhecia e nunca esteve com a garota.
O depoimento de Jivago, segundo fonte policial, foi tomado com a mesma discrição que tem caracterizado todas as inquirições realizadas. As declarações do engenheiros foram tomadas logo depois que as investigações foram transferidas para a comissão de investigação do crime organizado.
Jivago não foi o único engenheiro relacionado. De acordo com o que o foi apurado durante todo o dia da última sexta-feira (23), três engenheiros, Alexandre Mendes de Oliveira, Antônio Salgado Neto e Silas Barroso Camilo, da construtora Macrobase, responsável pela obra do Ministério Público Federal, além de um conhecido como Robert, da Vanguarda Engenharia, estão relacionados.
Dia puxado
Esta sexta-feira (23) foi o dia mais longo em matéria de depoimentos. O promotor Eliardo Cabral e o advogado da família de Fernanda, Lucas Vila, chegaram de manhã cedo à sede da Cico e até às l7 horas ainda se encontravam no local.
Três amigas de Fernanda foram reinquiridas e chegaram muito bem vestidas.
Por Feitosa Costa]]>