O tom conciliador do seu pronunciamento, feito ontem, na Assembleia Legislativa, 48 horas depois de uma grande refrega política, mostra a habilidade que é peculiar ao presidente Themistocles Filho.
Ele foi logo dizendo que a disputa já era página virada, acenando, portanto, com harmonia para todos os companheiros, independente de cores partidárias e, também, para com os demais poderes.
“Agora, passada a eleição, respeitada a vontade da maioria, como manda a democracia, nosso foco, daqui por diante, será, como sempre foi, os interesses maiores do Piauí. Eleição é página virada”, disse Themístocles, afastando qualquer tentativa de constranger principalmente o executivo ou os que nele não votaram.
Procedeu bem, assim como cabe a um presidente de um poder democrático na sua essência como o é o legislativo, a casa de ressonância dos anseios da sociedade. Para isso é que o poder existe. Como o próprio Themístocles frisou “toda eleição deixa uma lição. A democracia responde a tudo. Eu, que já vi o exército entrar na casa dos meus pais, que teve seu mandato popular cassado pela ditadura e sua vida devassada, jamais temeria uma disputa honrosa, onde só se sabe quem ganha, depois que as urnas se abrem. Mais que isso: nenhuma vitória verdadeira, vem sem luta”.
O presidente deixou claro, no abraço que deu ao governador Wellington Dias e nas suas palavras, que a partir de agora o que interessa é a união em torno de projetos e ideias que possam mudar a situação de dificuldades em que há séculos vive o Piauí.
Por Arimateia Azevedo