Neste ano, o Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado na data de 31 de Maio, tem como tema “Advertências Sanitárias nas Embalagens dos Produtos de Tabaco”, que visa informar a população sobre os malefícios do consumo de produtos derivados do tabaco e sensibilizá-los de que o hábito de fumar não é apenas um comportamento anti-social, mas uma doença que causa dependência e que trará malefícios para a saúde de fumantes e não-fumantes.
Nesta perspectiva, a Coordenação Estadual do Programa de Controle do Tabagismo tem percorrido todo o Piauí, realizando oficinas de Promoção de Ambientes Livres de Fumo e capacitando profissionais de saúde para Abordagem e Tratamento ao Fumante. “Queremos que os municípios tornem-se difusores de ações anti-fumo e sejam também apoio para aqueles que desejam parar de fumar”, explica a coordenadora Norma Sueli.
No Piauí a prevalência de adultos fumantes vem diminuindo a cada ano. “Em 2006, tínhamos uma taxa de 18,3%. Em 2007 ela caiu para 14,8% e em 2008 tivemos um resultado ainda melhor, 12,6%. Mas estamos trabalhando para que esses índices continuem a diminuir”, afirma Norma.
Propaganda
As companhias de tabaco gastam milhões de dólares a cada ano para conseguir mais fumantes, e evitar que fumantes regulares abandonem o fumo. Através da propaganda e campanhas promocionais, incluindo o uso de um design cuidadosamente elaborado nas embalagens, a indústria do tabaco continua a desviar a atenção dos efeitos mortais de seus produtos.
Cada vez mais muitos países estão reagindo, exigindo que as embalagens dos produtos de tabaco mostrem através de imagens, os perigos do uso destes produtos, como foi recomendado pela Convenção-Quadro para Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde.
Foi comprovado que advertências sanitárias, em especial aquelas que utilizam imagens, motivam as pessoas a parar de fumar e reduzem o apelo ao uso do tabaco para aquelas pessoas que ainda não são dependentes.
As advertências sanitárias representam uma das medidas com melhor relação custo-efetividade, tendo em vista que o ônus de sua divulgação é do fabricante, e por se tratar de uma medida reconhecida cientificamente como efetiva para informar toda a sociedade sobre a dimensão dos riscos do tabagismo.
Esta importante forma de comunicação vem sendo utilizada para o controle do tabagismo, no Brasil, desde a década de 80 de forma cada vez mais intensa.Em 2008, as advertências Sanitárias foram ilustradas por fotos com um novo layout desenvolvidas por um grupo interinstitucional coordenado pelo INCA.
“Uma das maneiras de reduzir os índices do tabagismo é alertando as pessoas sobre os verdadeiros riscos da nicotina, e exigindo as advertências nas embalagens de produtos de tabaco, visto que é uma estratégia simples, eficaz e barata que pode reduzir enormemente o uso do tabaco e salvar vidas”, diz Norma.
Mais sobre o tabagismo
O tabagismo, antes visto como um estilo de vida é atualmente reconhecido como uma dependência química que expõe os indivíduos a inúmeras substâncias tóxicas. A dependência à nicotina é classificada pela Organização Mundial de Saúde – OMS no grupo de Transtornos Mentais e de Comportamento, que expõe os fumantes a cerca de 4.720 substâncias tóxicas. É visto como um grande problema de saúde pública, responsável por cerca de cinco milhões de mortes em todo o mundo.
O consumo de cigarro vem aumentando a cada dia, principalmente entre jovens. Segundo dados da OMS e do Instituto Nacional de Câncer-INCA, um terço da população mundial é fumante.
No Brasil, ocorrem em média 200 mil mortes/ano em conseqüência do tabagismo e estima-se que haja 25 milhões de fumantes no nosso país. Segundo pesquisa Vigitel, realizada pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), o Estado do Piauí, em 2006, foi a capital do Nordeste que apresentou o maior número de fumantes adultos (18,3%). Apesar desse percentual ter diminuído para 14,8% em 2007 e para 12,6% em 2008, este quadro denota a necessidade de intensificação das ações de prevenção.
A incidência da dependência à nicotina é de 70% a 90% entre os fumantes regulares. Uma ação eficiente para reduzir a prática do tabagismo e tratar o fumante, preconizada pelo Instituto Nacional do Câncer-INCA é a implementação da Abordagem e Tratamento do Tabagismo – ATT, que baseia-se na abordagem cognitivo-comportamental e se configura como uma intervenção centrada na mudança de crenças e comportamentos, que levam o indivíduo a lidar com uma determinada situação. Tal alternativa se justifica pelos dados que cerca de 80% dos fumantes quererem parar de fumar, porém, somente 3% conseguem a cada ano.