Triste realidade: Famílias expulsas de escolas são obrigadas a morar em meio a lama e fedentina

Várias famílias de alagados que estavam abrigadas na Unidade Escolar José Nogueira de Aguiar em função de que tiveram as suas casas destruídas recentemente pelas últimas enchentes, foram obrigadas a se retirarem das dependências da referida escola na manhã deste domingo (24).

Como  não tinham outro local para se abrigarem, o jeito foi retornar para as suas casas de origem, embora, muitas delas não tenham a mínima condição e estrutura de se morar devido ao mal cheiro e um grande lamaçal que se formou durante as enxurradas.

Segundo o lavrador Marcos Soares da Costa pai de dois filhos, inclusive um de apenas dez meses de idade disse que simplesmente a Diretora da Escola e um rapaz da Defesa Civil chegaram e ordenaram que todos desocupassem a Escola porque segunda-feira teria que iniciar as aulas de qualquer jeito.

Marcos Costa lamenta que só pediram para que todos saíssem e nem ao menos encontraram uma solução para o caso deles.

“Imagine, como é que nós vamos morar num lugar desse com uma criança desse tamanho gripada dormindo em cima de um monte de lama dessa”, declarou o lavrador.

Outro que ficou bastante aborrecido com o despejo foi o cigano Ribamar Alves que reside no Bairro Pedreira, pai de dois filhos e que a sua esposa está com poucos dias de operada considerou como uma injustiça muito grande e a falta de amor com as pessoas pobres.

“Sinceramente estou com uma vontade é de tocar fogo em tudo do que sobrou da minha choupana e acabar logo com isso, relatou o cigano em estado de desespero.

A doméstica, Celiane Gomes, solteira, mãe de três filhos e grávida de outro, declarou que embora doente está fazendo sozinha com a ajuda dos filhos o trabalho de fechamento das paredes de taipa que a enchente derrubou.

“O que me deixa mais triste, é quando Eu mal fecho um buraco, logo em seguida, já cai um outro pedaço da parede e Eu não vou mentir meu senhor, se não fosse pelos meus filhos Eu já tinha largado tudo isso aqui e já tinha ido embora deste lugar”, disse a doméstica.

O mecânico, Francisco das Chagas que também é pai de três  crianças menores, falou que as pessoas não tiveram um pingo de coração, simplesmente foram chegando na escola e pedindo para todos os abrigados tirarem suas coisas e irem embora.

Segundo o mecânico, reconhece que os alunos não podem ser prejudicados com as suas aulas mais os responsáveis deveriam ter providenciado um outro local para as famílias ficarem até as suas casas secarem mais.

“Se Eu que sou adulto estou gripado, imagine uma criança dessas deste tamanho, pisando no chão frio, se por acaso vim a chegar a pegar uma pneumonia de quem será a culpa? Será se é nossa, ou é deles, que não vieram nem aqui para olhar como é que está a situação das nossas casas?, lamenteou Francisco das Chagas.

Como dizia o saudoso jornalista, Donizete Adauto, morro e não vejo tudo.

Confira o retrato da situação destas famílias no pós-enchentes:

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