A frente do Banco do Nordeste em Campina Grande, Agreste da Paraíba, amanheceu na ultima segunda-feira (22/04) repleta de carcaças de animais mortos em decorrência da estiagem no Estado.
Centenas de produtores rurais do semi-árido fizeram esse protesto (digno de uma tela de Picasso) na frente da agência do Banco do Nordeste daquela cidade. Eles perderam entre 50% e 100% dos seus rebanhos na seca e ainda aguardam providências do governo federal.
Desde o início da manhã, um grupo de manifestantes realizou o ato no local, pedindo ao Governo Dilma (alvo de muitos protestos) que sejam perdoadas as dívidas de 111 mil pequenos agricultores que sofrem com os efeitos das secas que atingiram sucessivamente o estado desde 1995.
Os agricultores se concentraram em frente ao prédio, que fica localizado no cruzamento entre as ruas João Suassuna e 7 de Setembro. As entradas foram obstruídas e o funcionamento da agência impedido. Com carro de som e faixas de protesto, os manifestantes interditaram parcialmente o trânsito na área do banco.
Este é o terceiro protesto do tipo realizado nos últimos cinco meses pela Associação dos Muturários do Crédito Rural (Amcre) da Paraíba. Antes do ato em Campina Grande, foram realizados outros dois nas cidades de Guarabira e João Pessoa.
“Queremos o perdão da dívida dos pequenos agricultores. O banco não nos atende e resolvemos realizar esses protestos de forma pacífica para mostrar nossa situação. Planejamos ir ao Banco Central em Recife-PE, para pedir uma fiscalização no Banco do Nordeste”, informou o presidente da associação, Jair Pereira Guimarães.
Segundo a superintendência estadual do banco, os empréstimos vêm sendo renegociados conforme determinações do Governo Federal. Para o período 2012-2014, por exemplo, teria sido concedido um desconto de 80% sob as dívidas dos produtores rurais. Ainda de acordo com o Banco do Nordeste, é possível que novos benefícios sejam concedidos.
Fonte: 180 Graus