Só quem já passou por situação parecida tem a exata dimensão da dor da família de Fernanda Lages, a estudante assassinada há quase um ano e cujos restos mortais foram enterrados ontem, em Barras. Todos, a começar pelo pai, Paulo, além do martírio pela perda da filha amada e querida, ainda padecem por não terem uma resposta sobre o que efetivamente aconteceu a ela no fatídico 25 de agosto de 2011.
As informações são desencontradas desde os tempos em que as investigações estavam a cargo da Polícia Civil, que, de tão atabalhoada, só conseguiu concluir que a jovem foi vítima de uma morte violenta.
Nos agradecimentos que fez, na inumação do corpo da filha, Paulo disse confiar no resultado do inquérito da Polícia Federal que possa fazer justiça. Ele ainda tem esperança de que os matadores de sua filha sejam desmascarados e mandados para a cadeia. É justa e legítima a expectativa do pai de Fernanda Lages, pois, afinal de contas, os recursos tecnológicos de que dispõe a Polícia Federal, aliados aos valores humanos envolvidos na investigação, só a levam à obrigação de apresentar um resultado que seja convincente e compatível com a dinâmica dos fatos.
A ausência de informações durante os últimos quatro meses provocou o surgimento de variadas versões, mas é certo que uma delas certamente será a verdadeira e nisso se inclui o reconhecimento de que houve o assassinato de Fernanda com todos os requintes de crueldade.
Olegário
Cercado pelos jornalistas, ontem, em Barras, o jovem delegado Olegário, da Polícia Federal, aventou com a possibilidade de se pedir dilação do prazo (que se encerra daqui a um mês). Ele não adiantou nada, mas deixou claro que numa investigação tudo é possível.
É claro que só não é possível chegar a lugar nenhum.
Compreensão
Quando deixou o cemitério, chefiando a equipe da Polícia Federal que foi entregar o corpo à família Lages, o delegado Olegário pediu que os jornalistas compreendessem o seu silêncio, dizendo que na hora em que as investigações forem concluídas, as informações serão fornecidas.
Silêncio
O delegado Olegário disse que a Polícia Federal costuma agir em silêncio, somente apresentando resultados das investigações quando são definitivos ou conclusivos.
Mostrou que age diferente de muitos de seus colegas que colocam a imprensa à frente das investigações.
Por Arimateia Azevedo