O atual Prefeito do vizinho municipio de Luzilândia, Alberto Jorge Garcia de Carvalho (PTB), concedeu recentemente uma entrevista à comunicadora Paula Andreas, do Sitio Luzionline onde na oportunidade o gestor daquele municipio abordou vários assuntos de sua administração.
Lembrando que a cidade de Luzilândia passou em 2011 por um processo de mudanças conturbadas em sua administração, um dos exemplos foi a perca do mandato da então Prefeita, Janainna Marques, um mês de governo do Presidente da Câmara Municipal na época, Hyran Aguiar, novas eleições até a efetivação, através do voto direto, da vitória de Alberto Carvalho. Vale ressaltar que o candidato de Janainna Marques ganhou as eleições em 2011 com a preferência 58% em um pleito que teve 23% de abstenção.
Alberto Carvalho, 52 anos, conversou com a repórter do Luzioline por uma hora fez uma análise desses seus poucos mais de sete meses à frente da prefeitura daquele municipio. Com a experiência de três mandatos de Vereadores, um de vice-Prefeito e agora como Prefeito, ele falou também sobre como lida com críticas a seu vocabulário, sua falta de jeito com as palavras, Alberto diz acreditar que o tempo faz o político.
“Antes eu era um bancário Vereador, não tinha o costume de falar em palanque, tinha receio de ser perseguido pela oposição, que todo mundo sabe que eles são perseguidores, mas hoje eu sou só político, isso é uma questão de prática…”, e da dificuldade em administrar uma prefeitura sem dinheiro.
Alberto revelou que vai se candidatar novamente a Prefeito de Luzilândia, para poder cumprir todas suas promessas, pois , segundo ele, neste governo essa dívida com a Receita Federal está emperrando o desenvolvimento dos seus projetos.
Confira a entrevista na íntegra, do gestor abaixo:
Paula Andreas – Recentemente colocamos uma enquete no Site Luzionline pedindo que as pessoas avaliassem seu governo nesses sete meses e não houve uma predominância de preferências entre Ótima, Boa, Regular e Ruim, mas gostaríamos de saber de você, como avalia esses setes meses que esteve à frente da Prefeitura, qual sua maior dificuldade?
Alberto Carvalho – A maior dificuldade na verdade no meu Governo é a questão do nosso bloqueio, do FPM (Fundo de participação do Município). Educação, saúde e ação social vem recebendo o repasse normalmente, mas esse bloqueio está me impedindo de eu trabalhar. Eu assumi em 28 julho, quando eu recebi a prefeitura, já estava bloqueada, passou 60 dias pra que eu pudesse receber o primeiro dinheiro, em 27 de setembro, recebi também outubro, novembro e dezembro bloquearam de novo. Quando eu recebi o dinheiro a gente fez algumas melhorias na cidade, nas ruas de Luzilândia mandei dar uma ajeitada, mas em seguida, bloquearam de novo, eu parei e você sabe que governar sem dinheiro é uma dificuldade bastante grande, então eu acredito que o povo de Luzilândia… em outubro vai ter uma eleição, vai me julgar e acho que vai compreender essa dificuldade.
Paula Andreas – Você tentará uma reeleição?
Alberto Carvalho – Eu pretendo sim uma reeleição, até porque eu vou resolver o problema desse bloqueio para que eu possa no próximo mandato fazer alguma coisa pelo povo de Luzilândia, para que a gente deixe nossa marca no município.
Paula Andreas – Então é certo sua reeleição? mas você tem o total apoio do seu grupo político?
Alberto Carvalho – Pelo o nosso grupo eu tenho o apoio de todos, inclusive de Janainna, Nazinha, inclusive os vereadores, o que formam o PTB no município, apoiam minha reeleição.
Paula Andreas – Saiu uma matéria dizendo que o TCE bloqueou as contas de algumas prefeituras do Piauí e Luzilândia está nesta lista, o que aconteceu?
Alberto Carvalho – Saiu essa relação por conta de um problema de entrega de balancete, mas liguei para o nosso contador e na verdade, segundo ele, já está resolvido, que foi só engano, porque eu mandei essa documentação, no dia 20 do mês passado e não sei o porquê que houve esse problema. Mas já está tudo resolvido.
Paula Andreas – Com a liberação do dinheiro, dar para colocar os salários dos funcionários em dias?
Alberto Carvalho – Vai porque o dinheiro dos três meses anteriores está na Receita Federal, logo que ele libere, a gente paga as folhas, hoje eu estou apenas com uma folha atrasada, da administração, educação saúde e ação social estão em dias.
Paula Andreas – Qual o montante dessa dívida, e como está sendo resolvido isso?
Alberto Carvalho – O que na verdade ocorreu para que houvesse esse bloqueio foi que no dia 15 de maio de 2011, houve uma auditoria da Receita Federal no município onde levantaram um montante de 10 milhões de débito e na época a Janainna, prefeita, negociou com ele que pagaria a entrada do parcelamento dia 10 de junho, quando foi no dia 03 de junho o Hiran assumiu a prefeitura, na época o contador da prefeitura ligou para ele avisando que a prefeitura tinha esse débito com a Receita Federal e que não podia deixar de ser pago, se pagasse até o dia 10, o município teria um desconto de 40%, ou seja, 4 milhões, o rapaz veio com a GFIP(Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social) pra ser pago dia 10, ele disse que não tinha dinheiro e pagaria dia 15, mas ele não pagou, passou pro dia 20 ele não pagou , 30 não pagou, 10 de julho não pagou, dia 12 de julho eles bloquearam o dinheiro e daí pra cá a gente vem só lutando. Na época foram sorteados oito prefeituras para se fazer auditoria, se não me engano, que estavam com o mesmo problema, dessas, somente Luzilândia não resolveu o problema, por conta desse não pagamento no dia 10 de junho, porque o Hiran poderia ter ido na Receita negociar, explicar as dificuldades, o que estava acontecendo, dizer que estava havendo uma transição de político e quando eu assumi em agosto e fui à Receita Federal tentar negociar, o delegado me disse ‘olha prefeito eu sei que a culpa não é sua, mas já foi esgotado todos os prazos e não recorreram, não fizeram nada, então agora para você negociar, só a Justiça para autorizar você fazer esse parcelamento’.
Paula Andreas – E como está essa negociação com a Justiça?
Alberto Carvalho – Estou a sete meses tentando negociar com a Justiça Federal pra que a Receita Federal parcele esse débito com a gente, porque o que eles estão querendo, o município por Lei só pode pagar 15% da receita líquida, pra que seja pago os encargos sociais atuais mais o parcelamento, só que a receita quer que pague o débito em atraso e os encargos atuais, que dar numa base de R$ 558 mil porque o nosso FPM é na faixa de 600 mil reais com é que vamos pagar só de INSS, R$ 558 mil, não tem como! Porem o máximo que o INSS pode parcelar é em 240 meses, desde que a Justiça Federal autorize, eu acredito que ele vai fazer isso, porque eles não podem inviabilizar o município, porque se eles descontar 558 mil reais não vai dar para pagar nem a folha de pagamentos que é tudo repassado pelo FPM, então vai me sobrar na faixa de 40 mil reais e só o repasse de vereadores é 62 mil, não dar para pagar nem isso.
Paula Andreas – Qual é a origem desta dívida? De quando ela vem acumulando?
Alberto Carvalho – A contribuição mensal que deveria ser repassada para o INSS não era repassado, só que isso aí era de governos anteriores, por isso chegou a esse montante, acumulou esse horror de débito e nós estamos tentando resolver, na verdade mesmo nosso governo sendo pequeno, eu achei realmente que poderia fazer pouca coisa, mas daria para fazer, mas infelizmente se passou sete meses e a gente ainda está enrolado com essa dívida.
Paula Andreas – Sobre o carnaval e o aniversário de Luzilândia, devido esse bloqueio, havia especulações se aconteceria ou não, e essa dúvida ficou até as vésperas, o que aconteceu?
Alberto Carvalho – Na verdade nosso carnaval a gente ia fazer, até porque tínhamos um contrato com a Explosão do Som e a gente esperando se o dinheiro seria ou não liberado, quando eu vi que não tinha sido liberado então fomos conversar com a Banda Explosão do som que nos disse que não tinha problema, eles fariam fiado, mas infelizmente houve aquela fatalidade com o padre Ribeiro e o carnaval não aconteceu, então ficou combinado que a banda faria a festa com a gente no dia 10, pelo acordo que nós tínhamos, com o compromisso de pagar eles, mas não havia contrato, aí eles conseguiram outro contrato no dia 10 de março em São Paulo e eles não puderam vir, aí nós não contratamos outras bandas por conta que o dinheiro não saiu, veio sair agora dia 10 e sem dinheiro não dava para chamar.
Paula Andreas – E o Luzifolia vai acontecer esse ano?
Alberto Carvalho – Olha a gente vai trás de parceria, porque a prefeitura não tem recursos, a Janainna no passado fez porque ela conseguiu umas emendas parlamentar, mas pelo que eu sei isso não é possível mais, sendo assim vamos atrás de parceria, vamos atrás dessas produtoras para ver se faremos em junho o Luzifolia, a gente dar o suporte que a prefeitura pode dar e essas empresas que trabalham com isso, poderia vender os abadás, enfim, vamos estudar e procurar essas parcerias.
Paula Andreas – Com uma reeleição qual a área que você mais investiria aqui em Luzilândia. No seu Governo o que é prioridade?
Alberto Carvalho – Primeiro educação e saúde, uma continuação no investimento porque por mais que você melhore tem sempre mais pra se fazer, essas duas áreas são prioridades em qualquer Governo. Mas eu pretendo também dar uma arrumada nas nossas ruas, não por contas de abandono, mas por conta desse saneamento básico que esteve aqui e deixou nossa cidade toda esburacada e também ajeitar as estradas do município que estão deixando muito a desejar, essas são as coisas que eu queria fazer de prioridade. Demais, o Natal Luz que eu pretendo dar continuidade, eu prefiro não fazer o bolo da festa de aniversário, mas o Natal Luz eu pretendo realizar.
Paula Andreas – Quais os projetos quem estão sendo desenvolvido na área cultural, estrutural…
Alberto Carvalho – Estamos dando continuidade a Banda Mirim, a Banda de Velhos, na Ação Social o Centro de Produção, que nós fazemos cursos de rede, culinária, que funcionam alí na ação social, esses curso que a gente dar geralmente é nos bairros, a Ação Social entra com material que dar pra fazer duas redes, por exemplo, fica para o aluno e a outra para ação social para dar pra quem precisa… Nós estamos querendo fazer uma feira só com as coisas do município, que venha do interior, que seja vendido, o peixe, a galinha, arrumar um local perto do mercado para que a gente possa dizer que são as coisas do município. Na área estrutural, nós estamos terminando a continuação da Cesário Marinho, estamos continuando a construção da Praça da Juventude, da Rodoviária, que eu quero inaugurar em junho, que o dinheiro já está na conta, e até o final do ano a gente inaugura a Praça da Juventude. Nós temos emendas para calçamento e pretendemos calçar os conjuntos Novo Tempo, Recanto da Ema, Palmares e DNCS, conjuntos 30, 87, 90, o que der pra fazer se eu puder fazer, eu vou fazer até o restante deste mandato.
Paula Andreas – E a limpeza pública, aquela área da Avenida Cesário Marinho, margens do Igarapé, do rio… a questão ambiental há algum projeto para cuidar disso?
Alberto Carvalho – O pessoal da limpeza recebeu a visita do pessoal do meio ambiente falando sobre as margens do Parnaíba que estão muito sujas, mas infelizmente estamos com as mãos atadas, mas é uma das ações que pretendo ter quando essa situação do dinheiro for resolvido, mas acho também que falta uma colaboração dos moradores que colocam o lixo na rua, sendo que tem um tambor de lixo do lado. Mas acho assim, ali as pessoas criam porcos e esses derrubam os tambores de lixo, eu acho que isso só vai melhor quando tiver o aterro sanitário, nós estamos terceirizando a limpeza pública para ver se a gente tenha um pouco mais de autoridade para ver se melhoramos a nossa limpeza, nós temos mais de 30 carroças, mas sempre tem reclamações de pessoas que dizem que não passa lá, aí terceirizado tem quem cobre, tem controle.
Paula Andreas – Se você pudesse falar agora a toda população, o que você diria?
Alberto Carvalho – Eu pediria a compreensão e o apoio deles, eu acho que minha gestão está sendo boa, na medida do possível, aquilo que eu posso fazer eu faço, com prudência claro, agora ainda tem muita coisa para fazer, o que depende exatamente de recursos financeiros para que a gente possa fazer um trabalho melhor, mas resolvemos essa questão e eu quero que as pessoas possam me avaliar melhor, eu tenho certeza que o povo de Luzilândia me conhece, trabalhei 30 anos banco do Brasil com muita responsabilidade, mas a gente trabalhar sem dinheiro é difícil, mas a justiça resolvendo a gente vai tentar fazer um trabalho melhor para Luzilândia.
Reportagem especial de Paula Andreas (Luzionline)