Mais de 200 pessoas entraram sem pagar em ônibus durante manifestação
Cerca de 200 pessoas entraram sem pagar em ônibus do sistema de transporte público de Teresina. O chamado “catracaço” fez parte de mais uma manifestação contra o aumento da tarifa do transporte coletivo.
As abordagens aconteceram em paradas da Avenida Frei Serafim, Rua Pires de Castro e da Praça do Fripisa, todas no centro da cidade. Após rápido diálogo com os motoristas, os manifestantes orientavam os passageiros a entrarem pela porta traseira, evitando assim a cobrança da passagem.
Para furar a estratégia, o Setut – sindicato das empresas de ônibus – orientou os coletivos a mudarem de rota. Ao invés de entrarem na Rua Coelho Rodrigues, por exemplo, os ônibus seguiam direto pela Avenida Frei Serafim, evitando o trajeto até a Praça do Fripisa e deixando dezenas de passageiros esperando.
O Fórum reivindica a redução da tarifa (de R$ 2,10 para R$ 1,75), integração entre todas as linhas, passe-livre para estudantes e desempregados e municipalização do transporte público. Anistia aos estudantes e trabalhadores presos durante as manifestações no início do mês é outra pauta do movimento.
Mobilização
O ato organizado pelo Fórum Estadual em Defesa do Transporte Público foi uma nova tentativa de mobilização da sociedade. O movimento contra o aumento da passagem perdeu gás desde o dia 18 de janeiro, quando entidades do movimento estudantil firmaram um acordo com a prefeitura de Teresina.
Após uma reunião que durou quase 13 horas, estudantes ligados ao PT e PCdoB e gestores assinaram um documento antecipando algumas metas previstas para o transporte público da capital, como a gratuidade no segundo embarque na integração (prevista para junho, foi antecipada para março).
Na opinião da estudante Lorena Vidal, o “acordão” desmobilizou o movimento. Na última segunda-feira, um grupo de 50 pessoas participou do protesto. “Enfraqueceu porque eles [entidades estudantis] e parte da mídia passaram a idéia que ali na reunião estavam representantes do movimento. O problema é que quase todos já haviam se retirado da rua e não representavam os anseios da maioria”, avalia.
A jovem afirma que o acordo foi político/partidário e não representa os anseios do movimento, que tem a redução da passagem como a principal pauta. A idéia do Fórum em Defesa do Transporte Público é manter o movimento vivo até iniciarem as aulas em toda a rede pública e privada de ensino. “Aí as manifestações vão ganhar corpo novamente”, torce Lorena Vidal.
Veja outros registros da manifestação, abaixo:
Fonte:Portal AZ