Um mês e três dias depois que a Polícia Civil apresentou apenas uma conclusão de que houve “morte violenta” no caso da estudante Fernanda Lages Veras, o delegado da Polícia Federal que comandará as novas investigações ainda não teve o seu nome revelado mas é certo que já existe uma nova linha de investigação para esclarecer o que de fato ocorreu no inicio da manhã do dia 25 de agosto no prédio em fase de acabamento do Ministério Público Federal, na Avenida João XXIII.
Os federais se concentraram nas últimas horas analisando possibilidades de que Fernanda, Nayrinha e um rapaz tenham se ausentado da Boate Cenário por alguns minutos, antes de a garota sair definitivamente com amigos para o bar “O Pernambuco”, onde chegou pouco depois das 4 horas da manhã.
Pelo menos um Delegado e dois Agentes comprovadamente experientes em casos desse tipo, já trabalham desde quando o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, autorizou a investigação, que busca levantar até fatos remotos ocorridos na vida da estudante de direito.Várias diligências foram realizadas e algumas delas consideradas bastante produtivas. Todo o equipamento tecnológico da PF está sendo colocado à disposição dos investigadores.
Ausência da boate
O depoimento de uma pessoa que diz ter visto uma moça muito parecida com Fernanda Lages e outra quase idêntica a Nayrinha mais um rapaz ao lado de um Fiat preto, sentados às 03:00 horas da manhã da madrugada do dia 25 de agosto na calçada do prédio do Ministério Público Federal, está merecendo especial atenção dos federais que já trabalham no caso.
Por isso os Agentes suspeitam que de fato, por algum tempo, Fernanda tenha deixado a Boate Cenário para fazer alguma coisa no lugar em que teria sido vista. A Cenário está localizada na Avenida Nossa Senhora de Fátima, perto da Dom Severino. Sair de lá para o prédio da futura sede da Procuradoria da República naquele horário, não demandaria mais do que 5 minutos, levando em consideração o movimento do trânsito.
A pessoa que diz ter visto duas moças muito parecidas com Fernanda e Nayrinha e um rapaz conversando na calçada do prédio da João XXIII ao lado do Fiat Uno preto, tem residência fixa, emprego definido e se trata de um profissional acostumado com a madrugada. As possibilidades de que tenha inventado a história são remotas, principalmente porque existia mais alguém no carro em que ele andava e uma declaração mentirosa poderia pôr fim a sua carreira profissional.
Como se não bastasse os bons antecedentes da testemunha, trata-se de uma pessoa treinada para observar alterações em seu percurso praticamente diário na área em que está localizado o prédio do Ministério Público Federal. Daí a importância da revelação mesmo que Nayrinha, ouvida depois sobre o assunto, tenha negado repetidas vezes ter estado no local.
A PF e a Imprensa
O Superintendente da Polícia Federal no Piauí, Nivaldo Farias, tem demonstrado a maior boa vontade com os profissionais da imprensa e não pretende colocar qualquer obstáculo na divulgação do andamento da investigação, respeitando o comportamento recomendável de tentar evitar que vazem informações que possam comprometer o resultado dos levantamentos.
Nivaldo tem demonstrado acreditar que a divulgação correta do trabalho dos federais só contribui para que a população respeite e acredite no que está sendo feito.
Ao contrário do que alguns setores têm insinuado, na Policia Federal, pelo menos até aqui, não se observou qualquer movimento para impedir o trabalho dos Jornalistas. Observa-se apenas que os Policiais procuram manter em sigilo o que de fato não pode ser revelado.
Por Feitosa Costa]]>