Nesta sexta-feira (04) será escolhido, por votação, um novo presidente para a Federação de Futebol do Piauí (FFP). O vencedor será o oitavo a ocupar o cargo somente este ano. Sete já passaram pela presidência em uma disputa interminável pelo lugar mais alto da Federação. Desta vez, Cesarino Oliveira Sousa (foto ao lado) e Franklin Kalume Brígido disputam a eleição.
Os dois candidatos firmam o compromisso de alavancar de vez o futebol do Piauí, pouco expressivo em âmbito local e nacional. Neste ano, clubes piauienses tiveram fraca atuação em campeonatos nacionais. O Comercial, por exemplo, único time do Estado que competiu na série D do Brasileirão 2011, foi eliminado ainda na primeira fase. O Campeonato Piauiense Sub-18, que já está na fase final, está sendo feito “aos trancos e barrancos”, como afirma o próprio Cesarino. A própria disputa desenfreada e a alta rotatividade de dirigentes da FFP prejudicam o que poderia ser feito pelo esporte no Estado. “Não sei por que querem tanto a federação”, diz Franklin.
Tendo em vista essas questões, o Portal AZ procurou os dois candidatos para montar o perfil de cada um na tentativa de mostrar suas prioridades, o que ainda pode ser feito pelo futebol do Estado e entender se, na visão deles, a FFP estaria perdendo credibilidade.
Cesarino Oliveira
O ex-preparador físico, ex-jogador e ex-técnico de futebol, Cesarino Oliveira Sousa, costuma afirmar que tem uma identidade grande com o esporte do Estado. Experiência pelo menos não lhe falta. Caso seja eleito amanhã, será a segunda vez que ele assumirá o cargo de presidente da FFP, agora por meio de uma eleição, já que da primeira vez ele perdeu nos votos, mas ganhou na Justiça o direito de assumir o cargo.
Caso seja eleito, Cesarino afirma já ter projetos em mente que visam estimular os atletas piauienses. Segundo ele, é necessário prioritariamente resgatar a história do futebol do Estado, para depois pôr um planejamento em prática. “É necessário resgatar o futebol, procurando melhorar a situação que está, resgatando os valores, revelando novos nomes para que tenhamos o público de volta”, diz Cesarino.
Para ele, o fato de há mais de uma década o Piauí não revelar nomes no futebol nacional é preocupante, tendo em vista vários jovens que vem se destacando no Campeonato Piauiense Sub 18. “É a falta de incentivo. Vai ter que ter um reinício, dado o estágio que está o futebol daqui. Eu tenho projetos, dentro desse trabalho, para que possa motivar o empresariado a investir e assim vir resultados”, completa.
Indagado se a FFP estaria perdendo credibilidade, Cesarino declarou que o problema estaria no próprio futebol piauiense. “O futebol não rende, não credibiliza nada sem incentivos, sozinho não vamos conseguir alavancá-lo. Tem que haver um apoio, já que nosso esporte não é prioridade em nível do governo, além de se fazer um trabalho transparente”, finaliza.
Cesarino responde na Justiça por alguns processos. Ele já concorreu com Lula Ferreira em eleição, mas perdeu. Alegando na Justiça que Lula estava há 17 anos na presidência da FFP e não havia prestado suas contas devidamente, Cesarino ganhou a assumiu o cargo em janeiro deste ano. A chapa que venceu as eleições recorreu, ganhou na Justiça, e Cesarino teve que deixar a presidência em maio.
Nesta semana, o seu adversário, Franklin Kalume ingressou junto a FFP um pedido de impugnação do candidato, alegando que Cesarino não teria idoneidade para concorrer devido as ações que correm na justiça estadual e federal.
Fanklin Kalume
É a primeira vez que o ex-presidente do River, Frankline Kalume Brígido , compete ao cargo de presidente da Federação de Futebol do Piauí. Mas, segundo ele, não lhe faltam projetos caso seja eleito amanhã. Entre suas diversas prioridades, Franklin afirma que a valorização das categorias de base é parte crucial no processo de resgate do futebol piauiense.
“Esses meninos quase não são aproveitados. É preciso investir nos garotos do Sub-18 e Sub-20 para se ter um resultado mais na frente”, explica. O candidato diz se apegar na ideia de que ‘piauiense gosta de futebol’ para resgatar a identidade do esporte no Estado. “Piauiense gosta de futebol, mas quando você sai hoje em Teresina só vê jovens com camisas de times do Rio e São Paulo, não há torcida jovem aqui”, completa.
Para Franklin, é preciso que seja realizado um trabalho com os pais e filhos piauienses. “Lembro-me que a primeira vez que fui ao Lindolfo monteiro foi com meu pai, ele já morreu e essa é a lembrança que tenho dele. Então, o trabalho tem que ser feito com os pais também, para eles levarem os filhos para os estádios daqui e também com escolas para levarem os alunos. Tem que ser um trabalho de conscientização, se não daqui um tempo não teremos mais torcida”, acrescenta o empresário.
Sobre a questão da constante sucessão de presidentes da FFP este ano e da credibilidade da entidade, Franklin afirmou que isso estaria ligado ao próprio futebol do estado e ao modo como são realizadas as eleições. “A credibilidade está focada exatamente no futebol. É justamente a questão da identidade da torcida e dos competidores que só pensam em Rio e São Paulo. Tem que ser visto também como são realizadas as eleições para presidente da FFP, em que alguns clubes não tem direito de voto por ser filiado há pouco tempo ”, completa.
Além de candidato a presidente da FFP, Franklin Kalume é dono da Kalfix, empresa ligada a construção civil em Teresina.
Eleição
Na eleição para presidente da FFP, somente seis clubes terão direito a voto. Isto porque, segundo a Federação, foram os únicos que cumpriram exigências para participar da eleição. Além desta questão, a chapa de Cesarino alega que times que se filiaram recentemente, como o Krac não podem ter direito de voto, de acordo com o estatuto. Já para a chapa de Kalume, isso seria uma estratégia para diminuir os votos a seu favor.
Fonte: Portal Az]]>