Prestes a completar 50 dias, sem ser elucidado, o ‘Caso Fernanda Lages’ provocou uma crise entre duas instituições que estão entre as que mais representam a sociedade: Polícia e Ministério Público.
Nos últimos dias, o clima de embates, troca de ofensas, acusações e até de ânimos mais acirrados, geram um mal estar que poderia prejudicar as investigações em torno do crime que chocou a sociedade e segue sem um nome, de fato, suspeito.
Tudo que existe, até agora, sobre a estudante de apenas 19 anos encontrada morta, no último dia 25 de agosto, dentro do prédio em obras do Ministério Público Federal, localizado na avenida João XXIII, zona Leste de Teresina, é especulação. A Polícia passa de 30 dias investigado e não descarta pedir mais 30.
ELIARDO SOBRE PAULO NOGUEIRA
Por conta disso, o promotor de Justiça Eliardo Cabral apareceu por diversas vezes na imprensa fazendo críticas ao trabalho do delegado Paulo Nogueira, da CICO, que comanda o inquérito. Ele, entretanto, diz que não é nada pessoal. Disse que respeita o trabalho do delegado, mas que, assim como ele, pessoas públicas precisam aceitar as críticas.
“Sou tão pessoa pública quanto o delegado Paulo Nogueira. Ele sabe disso, estamos sendo vitrines. E qualquer um pode atirar uma pedra. Agora se colocam uma situação minha, parecendo ser pessoal, contra ele (Paulo Nogueira), aí é demais. Jamais iria fazer ataques pessoais ao delegado. Sei que é uma pessoa de bem, que tem caráter e que faz seu trabalho. Eu faço minhas criticas quando acho que devem ser feitas. São 23 anos de carreira, não vou deixar que me chamem de irresponsável a toa. Eu quero estar num trabalho em conjunto com o delegado. Agora não retiro o que disse: tem os suspeitos, salta aos olhos. O que não pode é me colocar contra ele. Eu acho é que tem alguém querendo criar algo pessoal contra o delegado, o que não existe. É tempestade em copo d’água”, afirmou Eliardo.
TAMBÉM COMENTOU SOBRE BENIGNO FILHO
O promotor Eliardo Cabral também comentou sobre a saída do colega promotor Benigno Filho do caso e disse que isso se deve a uma decisão da própria procuradora geral, Zélia Saraiva, devido a ele ter criticado os próprios colegas promotores, Eliardo e outro em cima do caso, Ubiraci Rocha. Benigno, que foi flagrado dando o ‘dedão’ para a imprensa ao chegar à sede do MP, chegou a dizer que seus colegas de trabalho estavam “falando demais” e atrapalhando as investigações. Se continuasse no caso, criaria uma divisão interna no próprio MPE.
“É por isso que achei a reação a tudo que eu disse de uma forma exagerada. Surgiu muita gente em cima de mim, contra… eu acho que tem é alguém por trás disso tudo, querendo o mal, ver o circo pegando fogo. A promotora (Zélia Saraiva) entendeu o que nós estamos falando. Sobre alguns pontos, como a relação da causa do crime, ele (Benigno) estava discordando. Ele assumiu uma posição contrária aos dois colegas e dificultou, causou mais embaraços e além desapontar dentro do MP. Ia criar uma divisão. Dois pra um lado e um pro outro. No meu entender, ele chamou os colegas de palhaço”.
DELEGADO JAMES GUERRA REVELA NOVIDADES
Em entrevista ao programa Bom Dia Meio Norte, da TV MN, nesta quarta-feira (12/10), o delegado geral James Guerra afirmou que pela perícia pôde se perceber pelo menos quatro pessoas dentro das obras do TRT no dia da morte de Fernanda Lages. Um deles, é claro, seria o vigia, Seu Domingos. Mas, como disse em seu depoimento, tinha saído e viu só “uma mão de uma mulher fechando a porta”. Outra novidade é que o corpo de Fernanda Lages não tinha apenas três marcas de ferimentos, mas sim oito. Três nas costelas, dois nos pés, dois na parte interna das coxas e um na lateral da perna.
Fonte: 180 Graus
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