Reconstituição da morte de Fernanda Lages acontece durante a madrugada
Foi realizada na madrugada de hoje (29) a reprodução simulada do caso Fernanda Lages. Embasados em depoimentos, a polícia e o Ministério Público reproduziram os passos da estudante entre o Bar Pernambuco e a obra do Ministério Público Federal (MPF). A preparação para o procedimento começou às 3:00 horas da manhã.
Seis amigos que estiveram com Fernanda na madrugada de 25 de agosto participaram da simulação. Uma policial com o mesmo tipo físico e trajando roupa e calçados semelhantes aos usados por Fernanda no dia do crime interpretou a estudante.
O Fiat Uno preto da estudante estacionou em frente ao bar por volta de 04h15min. Pela simulação, Fernanda estava sozinha no veículo quando chegou ao local. Ela desceu, juntou-se ao grupo de amigos e permaneceu no Pernambuco menos de uma hora.
Eram quase 5:00 horas da manhã quando a jovem que interpreta Fernanda se despede. Um amigo e uma amiga acompanham-na até o carro. O homem se abaixa e coloca a cabeça dentro do veículo, como se estivesse beijando a jovem.
O percurso reproduzido do bar até a obra foi o óbvio. O Fiat Uno de Fernanda seguiu pela Avenida Miguel Rosa/Norte, entrou na rua que contorna o prédio do Departamento de Estradas e Rodagens, saindo na Avenida Frei Serafim. Depois cruzou a Ponte Juscelino Kubitschek, chegando à Avenida João XXIII.
O carro parou em frente à obra do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), com dois pneus sobre a calçada. Fernanda, pela simulação, teria ficado cerca de 20min no interior do veículo ouvindo som em altura elevada. O vigilante de uma concessionária de veículos que fica em frente ouviu o barulho da música.
Às 5h30 a pessoa que faz o papel da estudante sai do carro e se dirige ao canteiro de obras do TRT. O portão é aberto e fechado com muita cautela. A partir desse ponto o acesso da imprensa ao local não foi mais permitido. Só pessoas ligadas à investigação, o advogado Lucas Villa e Paulo Lages, pai de Fernanda, acompanharam o que aconteceu no interior do canteiro de obras.
Alguns minutos depois as equipes surgiram no terraço superior do prédio do Ministério Público Federal (MPF). Lá, as possibilidades de homicídio e suicídio foram simuladas. O dia já estava claro. A policial que interpreta Fernanda subiu no parapeito sozinha. Depois, a tese de ela ter sido jogada por uma ou duas pessoas também foi testada.
As equipes deixaram o local por volta de 08h. O trabalho de reconstituição dos últimos passos de Fernanda se estendeu por quatro horas e foram comandados pelo delegado Paulo Nogueira, da Comissão Investigadora do Crime Organizado (Cico).
Os promotores Ubiracy Rocha e Eliardo Cabral acompanharam todo o procedimento. Peritos da Polícias Civil também participaram. Homens do grupamento Rondas Ostensivas de Naturezas Especiais (Rone) deram apoio aos trabalhos, mantendo o isolamento e controlando o trânsito.
Depoimento não faz sentido
O promotor Eliardo Cabral voltou a dizer que o vigia está mentindo, deixando no ar a ideia de que Domingos Pereira esconde alguém, possivelmente um superior. “O depoimento do vigia não faz sentido. Ele fala termos muito técnicos, parece até um engenheiro explicando. Está mentindo! É como eu já disse: [ele é] uma formiguinha diante de um elefante ”, falou o promotor.
O delegado Paulo Nogueira também levantou dúvidas sobre o depoimento do vigia. “O depoimento do vigia ainda é uma dúvida. A última imagem que temos do local é de 5h27 e mostra o dia claro, momento em que a Fernanda entrou na obra”, revelou o delegado.
Veja outros registros da Simulação, abaixo: Fonte: Portal Az]]>