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CASO FERNANDA LAGES completa um mês sem solução

FErnanda Lages no local do crimeQuarta-feira, dia 24 de agosto de 2011. O relógio marcava 19h30min, quando Fernanda Veras Lages, 19 anos de idade, natural de Barras, telefonou de seu telefone celular para o pai, ex-Vereador, bastante popular na cidade. Estava na faculdade Nova UNESC, zona Leste de Teresina, onde fazia o curso de Direito. Era comum informar ao pai e/ou a mãe, que moravam em Barras, a sua rotina em Teresina.

Na capital ela chegou a morar  com a tia, Cassandra Lages, com quem dividiu um apartamento no passado, logo depois passou a morar com um conterraneo seu. Única filha mulher, seus pais tinham todo um cuidado com a jovem. Bonita, simpática e extrovertida, tinha um carro próprio. Era um Fiat Uno, modelo mais novo, cor preta, que estava em nome de sua avó paterna, dado como presente de Paulo Lages há pouco tempo. Praticamente ‘independente’, como boa parte dos jovens de 19 anos adoram se intitular, adorava uma boa balada com amigos e amigas na zona Leste de Teresina.

Por volta das 21:00 horas deste mesmo dia, havia combinado com colegas de um encontro no restaurante Chão Nativo. Iam jantar (pediram uma Picanha e tomaram algumas cervejas) e assistir a um jogo de futebol pela televisão. Era Flamengo e Figueirense. Flamenguista, ela comemorou a vitória com esses amigos e em seguida marcaram de continuar a noite se divertindo. Nada fora do normal. Ela sempre dizia para a sua família que gostava de baladas. Era quase meia noite quando foi à Boate ‘Cenário’. Fernanda Lages beijou um rapaz, identificado como João Paulo, dentro do estabelecimento. Estavam ‘ficando’.

Na mesma noite, dentro da Boate Cenário, ela encontrou um ex-paquera, identificado como José de Sales. Cumprimentaram-se e ela lhe pediu um cigarro, sendo prontamente atendida. Voltou para onde estavam suas amigas e seu ‘ficante’, como chamam na gíria dos mais jovens. Passava das 2:00 horas da madrugada, já do dia 25 de agosto, quando decidiram ir embora e encerrar a noite ‘tomando umas’ no Bar do Pernambuco, na zona Norte, um point conhecido por ser um estabelecimento que, digamos, não obedece a Lei Boa Noite Teresina e fica aberto até de manhã. Algumas amigas diziam que “não aguentavam mais beber”. Fernanda estava animada, aparentemente não estava bêbada e dizia que ia embora sozinha, dirigindo seu próprio carro.

QUINTA, DIA 25 DE AGOSTO

Quase 5:00 horas da manhã: Fernanda, ou apenas ‘Fê’, diz que precisa ir embora. O ‘ficante’, João Paulo, tenta impedi-la de ir sozinha e se coloca a disposição para levá-la. Ela não aceita e diz que quer ir sozinha. Ele vai até o carro dela, no caso o Fiat Uno, se despede com um beijo e é a última pessoa a vê-la com vida. Até agora. A partir deste momento, até cerca de 05h45min da manhã, quando o corpo da jovem é encontrado dentro da obra do Ministério Público Federal, na Avenida João XXIII, Zona Leste da cidade, não se tem notícias do que realmente aconteceu. Neste domingo, 25 de setembro, completa-se um mês do que já é chamado de ‘Caso Fernanda Lages’, talvez um dos mais emblemáticos e chocantes da historia no Piauí. A sociedade quer saber como uma menina tão cheia de vida, tão ativa, bonita, com uma família que lhe dava suporte, com um futuro promissor, pode morrer desse jeito?

SOCIEDADE COBRA, POLÍCIA PRORROGA

A maioria das pessoas acha que estão ‘acobertando’ algum poderoso que estaria envolvido. Esse seria o principal motivo na demora para elucidar um caso tão chocante. Os relatos acima são baseados nos depoimentos já colhidos pela Polícia Civil do Piauí desde que ela foi encontrada morta. Quem está no comando, hoje, é a CICO (Comissão Investigadora do Crime Organizado), uma das mais respeitadas no estado e que já resolveu outros vários casos emblemáticos, como o de outra jovem brutalmente assassinada, Tallyne Teles, no ano de 2009. Inicialmente quem estava a frente do inquérito eram os agentes do 5º Distrito Policial, que cobre a região da obra do MPF-PI. O delegado titular, Mamede Rodrigues, desistiu alegando “falta de estrutura”. Na CICO o delegado Paulo Nogueira está a frente, mas mantém sigilo sobre as investigações. Ele não revela quantos, nem quem e nem o teor de alguns depoimentos já colhidos. Garante que está perto de elucidar, mas pediu mais 30 dias para conclusão do inquérito alegando que a perícia que foi solicitada (feita fora do Piauí: na Paraíba) ainda não chegou.

A PERGUNTA É: QUEM MATOU FERNANDA LAGES?

Chegaram a cogitar a possibilidade de Fernanda Lages ter cometido suicídio. Esta hipótese, apesar de não ter sido descartada pela Polícia, é desacreditada. Várias teorias comprovariam que a jovem não se matou, mas sim, que a mataram. E a pergunta é: “Quem matou Fernanda Lages?”. Essa é a pergunta que 90% dos piauienses se fazem. Usando um vestido de alcinhas, sapatilhas rosas, seu corpo foi encontrado de barriga para cima. Teve traumatismo craniano, sua cabeça sangrou muito e ela morreu na hora. Teria caído da altura do 5º andar do prédio em obras. Sua pele tem marcas de pancadas. Pernas e braços estavam quebrados. No bolso do vestido, lado direito, estava um telefone celular. Quebrou com a queda. No outro bolso, lado esquerdo, a chave do veiculo que ela dirigia ainda estava preso por um chaveiro. Despedaçou-se, também com a queda. No dia em que foi encontrada morta, peritos do IML (Instituto Médico Legal) de Teresina levaram estes seus pertences em uma sacola de plástico, cor branca.

Vale ressaltar que o carro da universitária estava devidamente estacionado, com os dois pneus, da frente e o de trás, lado direito, na calçada em construção, e em frente à obra do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que fica ao lado do MPF. Porque? Mais um questionamento sem resposta! Aliás, é isso que a sociedade quer e precisa: respostas. E rápidas!

Fonte: 180 Graus

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