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A história se repete

Arimatéia AzevedoPara quem já esqueceu ou nunca soube: muitos crimes tão torpes como o da estudante Fernanda Veras (encontrada morta no dia 25 de agosto passado em uma obra do Ministério Público Federal – MPF) foram encobertos por ordem dos mandachuvas de plantão, por envolverem famílias ricas de Teresina, do Piauí.

Nos anos 70 registrou-se o crime da doméstica, onde a principal suspeita, de família até então dita poderosa e tradicional, nunca foi pronunciada. E o do carteiro Elzano, que teria sido praticado por um sobrinho de um ex-governador.

Já nos anos 80, a cidade se abala com o crime do jornalista Helder Feitosa, presidente do jornal O Estado, que mandou para a cadeia três rapazes, a exemplo de Nikita e Parcival, comprovadamente inocentes, apenas para que se fizesse cumprir o contrato milionário que o governo do Estado fez na época com um vigarista de Brasília que se apresentou como Detetive e Perito.

Desfeita a farsa, o vigarista sumiu com o dinheiro do contribuinte e o governo nunca apresentou o verdadeiro matador e seu mandante. Como agora, as versões para a autoria daquele crime eram as mais diversas e chocantes, pelos personagens especulados. Mas hoje, em relação ao caso da estudante, é de se acreditar que a verdade não seja também assassinada porque na Polícia há pessoas descompromissadas, independentes, que não se subjugam às pressões dos ditos poderosos. Assim como os três procuradores da República que estiveram reunidos com o Secretário de Segurança Raimundo Leite querem saber o fim dessa história, todos os segmentos da sociedade se voltam para o desfecho das investigações em torno do caso.

A Polícia Civil precisa convencer a todos de que, com a renúncia do primeiro delegado presidente do inquérito, não houve intenção ou ordem de quem quer que seja para mudar a linha de investigação. Não se deve permitir que a história se repita.

Por Arimatéia Azevedo]]>

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