Apesar da Política Esperantinense a sociedade avança
Após quinze anos residindo em Recife (PE), desde 2008 voltei a morar no Piauí, em Teresina. Nesse curto período de tempo, em alguns momentos, tenho direcionado meu olhar analítico para a realidade social e política de Esperantina, “minha” cidade natal. Aproveito, mais uma vez, para socializar com os leitores algumas observações, desta feita, sobre a disparidade na evolução social e política esperantinense. Nos últimos vintes anos essas duas realidades andaram em descompasso, correram por raias opostas, uma evoluiu e a outra caiu no atraso.
Para quem acompanha os artigos que tenho divulgado aqui poderá ter percebido o quanto a política não progrediu em Esperantina, lamentavelmente. Os partidos políticos locais, que, a priori, são instituições de formação dos políticos e dos gestores se comportam como agrupamentos de chefes; os políticos locais, com rara exceção, mostram-se mais preocupados com seus negócios do que com a coisa pública, com os bens da sociedade; a prefeitura, instituição pública a quem cabe promover a justiça social, com as sucessivas más gestões e o entra e sai de prefeitos foi sistematicamente sucateada.
Os políticos da cidade que ascenderam em âmbito estadual e nacional pouco ou quase nada fizeram e fazem por Esperantina. A situação é tão séria aponto dos supersticiosos comentarem, “Esperantina não tem sorte com políticos”. Para os pessimistas, esta é a política do possível. Para os céticos, a política em Esperantina não tem mais jeito. E para os crentes e otimistas lhes digo, lutem para mudar a realidade política e não se deixem mudarem pela política.
No âmbito social, apesar da política, a sociedade esperantinense se mostra robusta, com uma evolução substancial perceptível. Nesse aspecto a sociedade evoluiu muito. Atualmente existem na cidade várias instituições: faculdades públicas e privadas, vários escritórios de advogados esperantinenses, consultórios médicos particulares, um comercio vigoroso, um pequeno grupo de empresários bem sucedidos e um amplo grupo de profissionais atuando na área pública.
Para indicar como era Esperantina há vinte anos, lembro, por exemplo, que nenhum dos professores que tive no ginásio (isto mesmo, chamava-se ginásio o ensino fundamental maior), tampouco no ensino médio (segundo grau) tinha formação superior, ou seja, cursara uma faculdade. Cursar uma faculdade naquele período era muito difícil, o estudante tinha que fazer o curso em Teresina, Sobral (CE) ou Araripina (PE), era aonde havia faculdade mais próxima. A família gastava uma fortuna para manter um filho na faculdade, dada às distâncias, os custos, às limitações de diversos tipos.
Atualmente uma parte considerável de professores de Esperantina, inclusive professores municipais, tem curso superior, tem uma faculdade. Qualquer estudante de Esperantina que queira pode fazer um curso superior na modalidade à distância, na UFPI, no núcleo ali instalado. E quem ganha com isso são os estudantes, seus familiares e a sociedade esperantinense em geral com melhor preparação de seus futuros cidadãos. Espera-se, também, que futuros políticos e gestores públicos sejam melhores preparados e mais evoluídos, no sentido amplo da palavra, isto é, íntegros, democráticos, probos, responsáveis e, sobretudo, comprometidos com a evolução social e política da sociedade esperantinense.
Para ter idéia dessa evolução, na época em que morei em Esperantina, entre os anos de 1983 e 1993, a sociedade esperantinense não dispunha de profissionais especializados o quanto tem atualmente. Encontra-se hoje em Esperantina, por exemplo, enfermeiros, contadores, assistentes sociais, psicólogos, odontologos, fisioterapeutas, advogados, médicos, religiosos, escritores, professor universitário, todos filhos de Esperantina e todos formados nos últimos vintes anos. Do ponto de vista social e profissional a evolução de Esperantina foi exemplar, admirável, movida à base da força de vontade de bravos esperantinenses e de suas famílias, aliás, famílias não tradicionais. Penso como seria diferente, positivamente, se a política local tivesse acompanhado a evolução social e quão avançada estaria Esperantina.
Convido os políticos esperantinenses da atual geração a olharem mais para esse exemplo de evolução social e aprenderem com ele.
Professor Francisco Mesquita]]>
Sinto muito, professor. Necessita-se que vc esteja vivendo como o povo esperantinense para o Sr. poder elaborar um texto contundente.
Hã???????? Que ísso, gente! Vamos utilizar este espaço para fazer comentários coerentes, no mínimo. Não é necessário concordar com tudo, mas vamos deixar de ser provinciano. Que horror!!!!!!! Josymara, você já ouviu falar do termo “globalização”?