Por unanimidade, a Câmara Municipal de Vereadores de Esperantina aprovou na sessão do último dia 20 desse mês, o Projeto de Lei, nº 23/2011, de autoria do Vereador Regys Carvalho Sampaio (PMDB), dando nome de “Marcela Machado de Sena”, a Rua Projetada 31 que fica localizada no Conjunto Habitacional Hamilton Rebelo, mais conhecido por Conjunto Fazendinha em Esperantina.A referida Rua que recentemente foi pavimentada, é a maior existente no referido bairro e até então não tinha denominação.
Na justificativa, Regys Sampaio lembrou que a homenageada foi a percussora das festas carnavalescas e dos bailes a fantasia na cidade de Esperantina.
“A saudosa Dona Marcela deixou um exemplo de vida, de amor ao próximo, de sabedoria e de muita caridade”, justificou o Vereador.
Com a aprovação da Lei, fica o Poder Executivo na responsabilidade de promover a fixação de placas identificadoras no início, meio e fim da referida rua, bem como comunicar aos órgãos públicos competentes a fixação do nome respectivo.
Confira a biografia da homenageada:
Marcela Machado de Sena filha de Antonio Machado e Donata Rodrigues Machado nasceu em Itapajé-CE, em 08 de dezembro de 1911. De uma família batalhadora, chegou em Esperantina aos 12 anos de idade.
Casou no dia 04 de abril de 1949 com o senhor Luiz de Sena é natural de “São Nicolau” (Luzilandia-PI). Dessa união nasceram 10 (dez) filhos: Francisca de Sena, Maria do Espirito Santo Sena, Maria de Jesus Sena, Teresa de Jesus Sena, Maria das Paz Sena, Geraldo de Sena (in memorian), Luiz Gonzaga de Sena (in memorian), João de Sena (in memorian), Antonio de Sena e José Edimar Sena.
Dona Marcela ajudou a criar ainda filhos de outras mães, a exemplo de José Maria, Ambrozina, Antonio baixinho (in memorian), Maria Gorete, Lara Santos (filha de Gorete) e Raimundo Duruta, que era um menino de rua que veio do Ceará para Esperantina com seis anos de idade em uma das viagens que o saudoso Abrão Gomes fazia sempre para o Canindé. Quando dona Marcela soube que o menino Raimundo estava dormindo pelas ruas de Esperantina, descalço, passando fome, ela resolveu adotá-lo e passou a criar com o mesmo carinho que ela criou os demais filhos. Aos 40 anos de idade, Raimundo Duruta, foi vítima de uma doença venérea, apesar de todo esforço empreendido por dona Marcela para tentar salvar a vida de seu filho adotado, Raimundo acabou falecendo, deixando uma lacuna muita grande para a sua mãe adotiva e para os demais familiares.
Em meados do ano de 1935, ela arrendou um sitio que ficava localizado no centro de Esperantina, no terreno onde hoje funciona o prédio do IAPEP, sendo que lá construiu uma casa de moradia de palha e um restaurante, local onde morou e trabalhou por mais de 10 anos. Dona Marcela só saiu do sitio que era de propriedade do senhor Jaca Portela, porque o mesmo precisou do referido terreno. Logo em seguida fixou residência em uma casa que ficava localizada, em um terreno que ficava próximo onde funciona atualmente a mercearia do senhor Barnabé.
Depois passou a morar em sua residência oficial que ficava localizado na Marechal Deodoro, n°110, local onde existia um salão de festas. Vaidosa, extrovertida, simpática, essas são as caracteristicas que mais se enquadravam no perfil de Dona Marcela, a mulher que por muitos anos fez a alegria de muitos esperantinenses, quando realizava festas de carnaval, tendo como local de encerramento o salão de festa de sua residência. Durante as festas de carnaval, ela era uma das pessoas que mais se divertia e dançava ao som das tradicionais marchinhas carnavalesca.
Em 1951, data em que foi inaugurado o Mercado Público Municipal de Esperantina, ela abriu um restaurante em um dos pontos comerciais do referido mercado, local onde por longos anos exerceu a profissão de comerciamente.
Além dos carnavais de ruas, ela fazia diversos bailes (à carater) como: baile marinheiro, baile branco, baile chitão, baile rosa, baile vermelho, baile chitinha, entre outros. Quando uma mulher não tinha condições financeira de fazer sua fantasia, ela comprava o tecido e mandava confeccionar. Ela usava promovia festas para fazer as pessoas mais felizes. Durante as festas temáticas que ela promovia, os homens eram obrigados a trajarem calça branca e a camisa ficava a critério de cada um. O salão de festa de sua residência tinha as dimensões de 10 metros de comprimento com 6 largura.
Dona Marcela adorava fazer eventos, gostava de novidades. Promoveu festas em um salão que ficava situado no lugar chamado de “roça velha”, onde hoje é o Bairro Multirão. Nos meses de junho, ela arrendava o salão nos finais de semana para realizar festas juninas (quadrilhas), festa de São Gonçalo, leilão, entre outras atividades.
Para prover o sustento de sua família, chegou a viajar para outros municípios, para trabalhar nos festejos dos padroeiros das cidade circunvizinhas, onde vendia comida, bebidas, entre outros. As cidades que mais frequentava eram: Batalha, Porto Marruais, Luzilândia, Matias Olimpio, localidade Mundo Novo, Barra de Piracuruca, São Domingo, localidade Canela (Luzilândia), localidade Santa Rosa (Esperantina) e Salsa (Matias Olimpio). Como naquela época eles não tinha acesso a veículo automotor, transportava suas mercadorias para outras cidades em lombos de jumentos (em jacás), único meio de transporte da época.
Chegou a passar dois meses viajando a pé para trabalhar nos festejos das cidades vizinhas na companhia de seu esposo Luis de Sena, de seus filhos Francisca de Sena, Geraldo de Sena (in memorian), e de outros amigos que trabalhavam em outras funções como: engraxate, em jogos caipira, entre outros. Trabalhou até quando a sua saúde permitiu, sendo que longos anos depois acabou se aposentando.
O uso de turbante (espécie de lenço que se enrola em volta da cabeça) era sua marca registrada. Também adorava apostar em jogos do Poupa Ganha, chegando a ganhar um fusca e uma quantia de 4 mil reais (valores de hoje) em um dos sorteios. Foi receber o prêmio na capital Teresina, sendo que de imediato vendeu o fusca e guardou todo o dinheiro em uma conta poupança.
Viveu mais de sessenta ao lado do seu esposo, deixou como legado 40 (quarenta) netos, 30 (trinta) bisnetos e 04 (quatro) tataranetos.
Aos 90 anos foi acometida por uma doença que acabou deixando-a sem enxergar e com sérios problemas de audição. Três anos depois ficou prostada, a sua alimentação, locomoção e demais tarefas só era possível com a ajuda de familiares.
No dia 22 de fevereiro de 2005 morreu por falência múltipla dos órgãos na cidade de Esperantina-PI.
Dona Marcela deixou saudades eternas, foi sem sombras de dúvidas um exemplo de vida, de sabedoria, honestidade, doação e caridade a ser seguido por todos nós.
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Gostei da homenagem, a Dona Marcela foi uma pessoa muito boa e caridosa, tive o prazer de morar perto dela, meus pais falam muito da época em que ela fazia as tradicionais festas de carnaval.
Que excelente reportagem, é o resgate da cultura de nossa cidade,é uma homenagem merecida. Parabens ao nosso vereador ao jornalesp e a todos familiares desta Senhora guerreira que tive o prazer de conhecer. Espero que este conceituado jornal realize mais reportagens com pessoas que fizeram ou fazem parte da vida da nossa querida ESPERANTINA ,TERRA DA BOA ESPERANÇA. Carlos Magno Costa Fortes- Brasilia DF.
Caro Régis,
Este reconhecimento a Dona Marcela Sena é de grande significado para o resgate de nossa cultura .
E quem de nossa época não lembra dos velhos bailes , quem não entrava na dança ficava no sereno por horas e horas batendo papo com os amigos e sabereando um limão doce ou um café com bolo grosso.
Os blocos de carnaval que não falhavam todo ano , e não tinha ajuda de prefeitura e nem de fábrica de cervejas não, era mantido pela arrecadação das cotas, que eram tiradas com muita sabedoria e calma .
Nossa Zé Luis, você me deixou emocionado com essa matéria da Dona Marcela, eu viajei no tempo. Me lembro demais dela pois meu pai trabalhava bem proximo do seu comercio, eu quando criança ajudava meu pai e acompanhei um pouco da história dessa mulher humilde e amiga e acima de tudo honesta. Parabéns ao nobre vereador e ao seu site por resgatar a verdadeira cultura de pessoas que fizeram e fazem parte da história de nossa cidade…
FRANCISCO PASSOS = DF
Justa homenagem do Jornalesp a uma grande mulher honesta, de sonhos, humilde, dedicada à família, ao lar e a diversão e, ao mesmo tempo inesquecível, de grandes exemplos, batalhadora que sempre corria atrás do que acreditava. Quem em Esperantina não lembra de Dona Marcela !
Quando eu era criança, eu meu irmão Carlos Magno e alguns amigos ficavamos na frente do Salão de Dança de Dona Marcela olhando as pessoas entra, todos alegres, se divertindo, como era bom, a gente não podia entrar porque eramos crianças mas era legal demais ficar vendo tudo aquilo.
Jysta homenagem do vereador Regys em propor a denominação da rua em homenagem a saudosa Dona Marcel..
Parabéns vereador Regys pela proposição…a Dona Marcela merece..
Fico feliz em saber que Esperantina ,homenageou uma pessoa que fez muito pela cidade,trazendo alegria a cidade e as cidades vizinhas. Sou Joyce Sena ,neta dessa pessoa sensacional e que todos gostavam pelo seu carinho para com a cidade de Esperantina.
Papagaio fala e piriquito é quem leva a fama.
Esta rua foi esquecida durante todos os governo. Agora que o Chico Antonio fez, lebraram de como é importante colocar o nome de dona Marcela. Nada contra. Agora Dr. Regis, diga sempre que o Sr. esta homenageando esta grande figura em uma rua que o Chico Antonio Calçou.
O papel do vereador é fiscalizar, legislar, indicar, requerer benefícios para o município como um todo, babar o prefeito nao é do feito deste vereador. homenagear pessoas q engrandeceram nosso município isso sim merece ser feito.