Vítimas de Algodões I participam de protesto por melhores condições de vida
Quase dois anos após a tragédia que matou nove pessoas e deixou quase duas mil desabrigadas, os trabalhadores afetados pela barragem de Algodões I ainda protestam por seus direitos. Um grupo de vítimas participou na manhã desta quinta-feira (28) do Dia Nacional de Mobilizações, realizado em Teresina. A manifestação é uma reunião de vários movimentos sociais quem lutam por melhores condições de trabalho e salários mais justos.
As vítimas de Algodões I reivindicam as ajudas de custo e indenizações prometidas pelo Governo do Estado e por infraestrutura básica em suas residências. “Ao todo somos 1.033 famílias, mas o governo só oferece ajuda a 219 famílias. As outras vivem basicamente do Bolsa Família e do Bolsa Escola”, afirmou Corcino Medeiros dos Santos, presidente da Associação das Vítimas do Rompimento da Barragem de Algodões I.
Além da falta de apoio financeiro do governo, as casas construídas para as vítimas não contam com serviços básicos. “Sem água e luz as famílias recorrem aos cacimbões [poços artesanais] dos vizinhos ou então vão até o rio para poder banhar ou lavar seus pertences. Com relação à energia não tem o que se fazer. Todas as instalações foram feitas, mas a água e a luz nunca chegaram”, informou o representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Buriti dos Lopes, Elias Sousa de Carvalho.
Outra reclamação dos moradores é com relação à falta de terras para a subsistência das famílias. “Nos tiraram do local de onde morávamos e nos mandaram para um local onde não tem espaço para plantar. Muitas famílias nem foram para as vilas, por não ter como se manterem lá”, denunciou Maria Verinalria, moradora da Agrovila Boa Esperança, no município de Buriti dos Lopes.
Em mais uma tentativa de chamar a atenção do governo, as vítimas de Algodões realizaram uma nova manifestação no dia 27 de maio. A data marca os dois anos em que a barragem rompeu.
Mais reivindicações
Também entraram em pauta no Dia Nacional de Mobilizações no Piauí as mudanças propostas no Código Florestal, que devem ser votadas em breve pela Câmara dos Deputados. Segundo ambientalistas, as alterações no código beneficiam o agronegócio e promovem o desmatamento desenfreado das florestas brasileiras. A fauna do Piauí também pode ser afetada.
“Se as mudanças no Código Florestal forem aprovadas, provocará efeitos não só na natureza, mas principalmente na saúde das pessoas, na segurança em relação às enchentes e na economia, pois o desmatamento afetará diretamente no ciclo das chuvas, afetando a produção do homem no campo”, afirmou Dionísio Neto, coordenador da Rede Ambiental do Piauí.
O corte de R$ 50 milhões anunciado pelo Governo Federal também foi alvo de críticas dos movimentos sociais. Na análise da Bancária Solimar Silva, representante da CSP- CONLUTAS, setores essenciais, como saúde e educação foram afetados em benefício de banqueiros e empresários. Também reivindicam contra o “reajuste abusivo” no salário dos parlamentares e da presidente Dilma Rousseff. “Enquanto os deputados e senadores receberam reajuste de 62%, nós trabalhadores só tivemos 6% de aumento”, afirma a bancária.
O Dia Nacional de Mobilizações defende ainda o arquivamento dos projetos de lei em tramitação no congresso que congelam os salários de servidores por 10 anos e que abre caminho para demissões no setor público e contra projeto em tramitação que prejudicam direitos adquiridos pelos trabalhadores.
O ato foi organizado pela CSP-Conlutas, Fórum das Pastorais Sociais, Intersindical, ADCESP, ANDES, AVABA – Cocal, SINDCEFET, SINDSERM, Jornal Atente, SINTECT-PI, SINTRAJUFE, SINDJUS, SINDAPEP, ASSOJESPI, ANEL, ENECOS, CAJUINA, PSOL, PCB, PSTU.
Fonte: Portal Az
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Essa sim é uma luta que deve ser apoiada.