No dia 19 de outubro de 1822, inteirados do grito de independência proferido por Dom Pedro nas margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, aos 7 de setembro do mesmo ano, liderados pelo Cel. Simplício Dias da Silva e pelo Juiz de Fora de Parnaíba, mas também, de Campo Maior, Dr. João Cândido de Deus e Silva, parnaibanos soltaram outro grito, proclamando a Independência do Piauí.
Porém, diante da aproximação do Major João José da Cunha Fidié (Governador das Armas enviado pelo rei de Portugal para manter este Estado, à época, Província, sob o domínio lusitano), que se dirigia de Oeiras, então capital, para Parnaíba, a fim de abafar o movimento, os líderes do grito escaparam deixando à mercê da tropa lusa as famílias da vila. Assim, em Parnaíba, a revolução teve um começo, mas não teve um fim.
Em Campo Maior, muito antes da vila litorânea, início do ano de 1822 já se distribuía panfletos e se fabricava pólvora para a luta armada, no modelo da Revolução Pernambucana de 1817. Era, entre outros, Lourenço de Araújo Barbosa, um rábula, o precursor do ideal separatista e republicano no Piauí. Não pôde continuar, porque, denunciado, foi conduzido preso para Oeiras. Mas, daquela semente lançada no fértil solo campo-maiorense, veio a Batalha do Jenipapo, no dia 13 de março de 1823, quando, com muito suor e muito sangue, fez-se a verdadeira independência piauiense.
Diz-se que perdemos a batalha, mas a vitória de Fidié fora como a vitória de Pirro, rei de Epiro, sobre Roma, ou seja, assaz passageira. Enfraquecido de recursos humanos e bélicos, em decorrência da pavorosa Batalha do Jenipapo, não dominou a vila de Campo Maior, seguindo para o Estanhado (povoação campo-maiorense, atual União) e, dali, fugiu para o Maranhão, que continuava colônia portuguesa, onde foi definitivamente derrotado. Com a Batalha do Jenipapo, Fidié não pôde prosseguir rumo a Oeiras, onde pretendia abafar outro grito, o de adesão da capital à independência do Brasil.
No Jenipapo, em Campo Maior, o Piauí ficou separado de Portugal. Ressalto que não pretendo tirar o brilho do Dia do Piauí, mas é que há parnaibanos que, por menosprezo à nossa Batalha, fazem por merecer este meu “grito”.
Há o questionamento da data em que se comemora o Dia da do Piauí (19 de outubro). Alguns historiadores piauienses alegam que a proclamação de Simplício Dias em favor de D. Pedro I estaria atrelada a um governo unido Brasil-Portugal. E que no Piauí, todos continuaram obedecendo às ordens vindas de Portugal. Defendem o dia 13 de março para comemorar o Dia do Piauí, ou seja, quando ocorreu a Batalha de Jenipapo.
Oficialmente o Dia do Piauí está estabelecido no calendário estadual no dia 19 de outubro.
Fonte: Blog Bitocara