Ex-assessor de Felipe Santolia será denunciado duas vezes por homicídio

Para quem acredita em castigo divino, essa história é um prato cheio. Carlos Augusto Ribeiro, ex-assessor especial da Prefeitura de Esperantina, deverá ser denunciando, ainda este mês, pelo Ministério Público do Estado por homicídio culposo. Em outubro de 2009, ele teria matado uma pessoa e deixado outra ferida no trânsito piauiense. As vítimas foram identificadas como Wellison Nascimento e Maria da Cruz Sousa.

O acidente que Carlos se envolveu aconteceu no dia 16 de outubro do ano passado. Mas, quase três anos antes, ele já havia assumido perante a polícia outro crime no trânsito, que também vitimou fatalmente uma pessoa. “Na época, ele assumiu o crime e voltou atrás. Mas, como que um recado divino, se envolveu em outro acidente e dessa vez cometeu de fato o crime”, disse a promotora Clotildes Carvalho, titular da Vara do Trânsito.

A representante do Ministério Público está se referindo ao acidente de trânsito, ocorrido na avenida Raul Lopes, zona Leste de Teresina, que teve como vítima fatal o policial militar José Gomes de Sousa. No veículo, além do militar, estavam Carlos Augusto, Ítalo Mendes, Silas Sabóia e Felipe Santolia, então prefeito do município de Esperantina. Todos eram funcionários da prefeitura de Esperantina.

“Logo após o acidente, Ítalo Mendes assumiu a culpa pelo acidente, dizendo que estava dirigindo, versão confirmada pelo Carlos. Até que em 2008, eles mudaram a versão, e o Ítalo confessou que quem estava no volante no momento do acidente era Felipe Santolia, e que ele assumiu a culpa por R$ 2 mil reais”, detalhou a Promotora Clotildes Carvalho.

O processo foi refeito e Santolia foi denunciado por homicídio culposo (sem intenção de matar), junto com todos os outros personagens deste acidente. “O caso já está pronto para julgamento na 6ª Vara Criminal, que tem como titular o juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz. Segundo informações está faltando apenas entrar na pauta do magistrado, o que deve acontecer logo”, detalhou a representante do Ministério Público.

Porém, a promotora Clotildes ressalta ainda que independente deles terem mudado a versão e apontado Santolia, que na época nem carteira de habilitação tinha, como culpado pelo acidente, Carlos Augusto ficou mais de dois anos carregando nas costas um crime que não praticou. “E ano passado, ele cometeu de verdade o crime. Foi preso, solto e agora o deverá ser denunciado”, detalhou.

A equipe de reportagem do jornalesp.com tentou falar com os personagens desta matéria, mas não conseguiu localizar nenhum deles.