Mil novecentos e oito estudantes aprovados no vestibular 2010 da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) não fizeram sequer a matrícula curricular. As aulas, que deveriam ter sido iniciadas em janeiro deste ano, não aconteceram. Este número representa 37,87 % do total de vagas oferecidas pela instituição no vestibular que aconteceu no final de 2009.Os aprovados se inscreveram para os cursos presencial especial, conhecidos como cursos de férias, que constava no edital. No entanto, a UESPI já havia decidido acabar com esta modalidade de ensino e mesmo assim disponibilizou as vagas para o público. A assessoria de imprensa informou que o problema foi entendido pela nova atual reitoria como “um erro da administração passada”. As quase 2 mil vagas deveriam ter sido ofertadas exclusivamente para professores da rede pública estadual de ensino.
O vestibular 2010 ofereceu 5.038 vagas em 13 pólos de ensino, que incluem a capital e municípios do interior. Os cursos ofertados como de período especial foram na maioria para Licenciatura em Pedagogia, os outros cursos ofertados foram: Licenciaturas em Geografia, História; Letras/Inglês; Letras Português; Biológicas; Física; Matemática; Química e Educação física.
Somente em Teresina foram ofertadas 522 vagas. Nas demais cidades, as vagas estavam assim distribuídas: Bom Jesus (72); Campo Maior (90); Corrente (72); Floriano (144); Oeiras (54); Parnaíba (234); Pedro II (180); Picos (180); Piripiri (90); São Raimundo (162); Uruçui (54) e Valença (54 vagas).
O diretor do Campus de Picos Valmir Barbosa de Araújo contou que está recebendo muitas reclamações dos aprovados. Eles alegam que pretendiam estudar nas férias e não em período regular. O professor José da Cruz Bispo, do departamento de Pedagogia do Campus Torquato Neto, em Teresina, explicou que os cursos deste período especial irá funcionar somente para capacitação de professores. Os cursos serão financiados pela Capes dentro do projeto Plataforma Paulo Freire. “O último vestibular seria para selecionar os participantes deste projeto”, diz Bispo.
A alternativa encontrada pela administração da Universidade foi remanejar estes estudantes aprovados para assistirem aulas no período regular, mas as aulas só começam em 2011, com um ano de atraso. Este remanejamento implica em um outro problema ainda não resolvido pela instituição: se estas vagas serão descontadas no próximo vestibular ou se a UESPI terá condições financeiras e físicas de receber quase dois mil alunos a mais no ano de 2011.
O professor Bispo disse que os professores da instituição irão fazer reivindicações para que as vagas não sejam descontadas do total que serão oferecidas no próximo vestibular, que ocorre este ano. A assessoria de imprensa informou que a decisão será feita até a elaboração do edital, que acontece somente após as eleições.
Fonte: Diário do Povo