Polícia

Tenente suspeito de matar caseiro é investigado por 2ª tentativa de homicídio

O tenente da Polícia Militar do Piauí, Alexandre Tupinambá, alvo de investigação pela morte do caseiro José de Ribamar Pereira Osorio, passou a ser investigado por tentativa de homicídio contra outro funcionário.

 

O militar está preso desde 18 de outubro, no presídio da Polícia Militar em Teresina, e teve a prisão temporária convertida em preventiva neste domingo (16).

Segundo a Polícia Civil, durante a fase da prisão temporária, a investigação identificou um segundo seguro de vida, no valor de R$ 1 milhão, contratado em nome de um funcionário ligado à família da ex-esposa do tenente. Nessa apólice, o próprio Alexandre Tupinambá aparecia como beneficiário. Depoimentos indicam que ele também teria planejado matar esse trabalhador, novamente simulando um acidente elétrico.

O funcionário relatou que o tenente pediu que ele retirasse um suporte de TV. Desconfiado, verificou o equipamento e encontrou fios desencapados conectados ao suporte, situação que poderia provocar uma descarga elétrica fatal. A tentativa não se consumou porque ele identificou o risco antes de tocar no objeto.

De acordo com o delegado Tales Gomes, da Diretoria de Operações Policiais (DEOP), as apurações seguem em andamento.

 

 “As investigações continuam, visando ao completo esclarecimento dos fatos e identificação de eventuais outros envolvidos, pelo que foi investigado, esse tenente é de extrema periculosidade pode coagir vítimas e até atentar contra a vida de testemunhas”, destacou o delegado Tales Gomes.

Com o avanço das apurações e a consolidação dos indícios de homicídio qualificado e tentativa de homicídio com motivação ligada à fraude em seguros, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva do militar. A Justiça autorizou o pedido, cumprido pela equipe da DEOP.

Morte do caseiro

José de Ribamar, de 54 anos, funcionário do próprio tenente, foi encontrado morto em abril de 2023, em circunstâncias inicialmente descritas como acidente por descarga elétrica. O caso ocorreu no sítio do militar, na comunidade Caju, em Santo Inácio do Piauí.

Diligências posteriores, oitivas e análise de documentos revelaram indícios de falsificação, ameaças a testemunhas e possível simulação da cena do crime. A Polícia Civil apura que o tenente teria provocado a morte do caseiro para receber um seguro de vida no valor de R$ 1,5 milhão, cujo beneficiário era um advogado amigo do militar. A família de José de Ribamar desconhecia a existência da apólice.

Em outro trecho das apurações, os investigadores apontam que o tenente teria oferecido dinheiro a uma das filhas da vítima para que a família mantivesse silêncio sobre o seguro.

Na noite do crime, Alexandre Tupinambá chamou José de Ribamar para acompanhá-lo até um sítio de sua propriedade, em Santo Inácio do Piauí.

 

“Ao sair, José de Ribamar foi questionado pela esposa, e disse que estava indo com o suspeito, inclusive mencionando que este lhe havia pedido para não contar a ninguém sobre a saída. Devido à demora de José de Ribamar para retornar, a esposa foi até a propriedade do suspeito e encontrou o marido morto”, explicou o delegado Tales Gomes.

A investigação comprovou que o tenente estava na cidade no dia do crime e que teria adulterado documento público para receber o valor do seguro, além de coagir pessoas para viabilizar a fraude.

Histórico de golpes

O militar também é investigado por golpes financeiros. Alexandre Tupinambá já havia sido preso em junho de 2023, suspeito de aplicar diversos estelionatos em Teresina. Entre as vítimas está a conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Flora Izabel, que teve um talonário de cheques furtado enquanto o tenente trabalhava como motorista dela. A ex-esposa também foi vítima ao descobrir que o apartamento e o carro do casal tinham sido colocados à venda sem seu conhecimento.

As fraudes atribuídas ao oficial incluem estelionato, apropriação indébita, furto qualificado e falsificação de documentos. Segundo a Polícia Civil, para quitar dívidas com agiotas, o tenente chegou a entregar veículos pertencentes a algumas vítimas. Os prejuízos somados chegam a aproximadamente R$ 1 milhão.

Cidade Verde

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo