O governo vai estender a vacinação contra hepatite B para faixa etária entre 20 e 24 anos a partir do próximo ano. A medida integra um pacote de ações anunciado hoje para tentar conter o avanço da doença no País. “Os números mostram a necessidade da prevenção”, afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Hoje é o Dia Mundial de Combate à Hepatites Virais.
Em 2009, foram confirmados 14.601 casos de hepatite B. Em 2004, eram 10.641 pacientes. Em São Paulo, 3.971 casos foram confirmados no ano passado. Além de ampliar a faixa etária, o governo quer garantir que pelo menos 95% das pessoas com 15 a 19 anos e de grupos vulneráveis, como trabalhadores de saúde, população indígena e pessoas que vivem em presídios, sejam imunizadas.
A meta é ampliar até 2012 a vacinação para pessoas entre 25 e 29 anos. Outro objetivo do programa é aumentar o número de testes contra a doença. “As pessoas com idade entre 15 a 49 anos que nunca foram testadas ou não foram vacinadas deveriam fazer o exame”, recomenda Gerson Mendes Pereira, chefe da Vigilância Epidemiológica do Departamento de DST-Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde.
Infecções
Boletim divulgado hoje pelo ministério mostra que a maior parte das infecções de hepatite B ocorre entre adultos e jovens. As taxas mais elevadas de detecção foram registradas na região Sul, no período entre 2002 a 2009, variando entre 8,4 e 15,6 casos da doença por 100 mil habitantes.
Em 2009, a maior taxa de incidência foi na região Norte. No Acre, foram registrados 111,8 casos por 100 mil habitantes. Em Roraima, a taxa foi de 29,2, e em Rondônia, de 23,5.
A hepatite B, assim como hepatites C e D, é de transmissão sanguínea, de mãe para filho durante o parto, pelo contato sexual ou por procedimentos cirúrgicos. As hepatites B, C e D podem ainda ocorrer por meio do uso de material contaminado, como de higiene, tatuagens e material de manicure.