Política

Vereador alerta que tráfico de drogas está “quase incontrolável” em Batalha

Na sessão da última sexta-feira (26) da Câmara Municipal de Batalha, o vereador José Messias Alves Machado, mais conhecido como Sargento Machado (PT), usou a tribuna para chamar atenção para a situação da segurança pública no município.

Policial Militar aposentado, o parlamentar afirmou que um dos maiores problemas enfrentados pela população é a criminalidade, com destaque para o avanço do tráfico de drogas, que segundo ele estaria “quase incontrolável”.

Durante seu pronunciamento, Machado destacou a ausência de delegado titular em Batalha, o que, segundo ele, fragiliza o trabalho investigativo da Polícia Civil. Atualmente, o município conta com apenas quatro policiais civis, que trabalham apenas em horário de expediente. Nos finais de semana, as ocorrências são direcionadas ao plantão de Esperantina, de onde o delegado responde por Batalha.

 

“Batalha tem hoje mais de 27 mil habitantes e apenas quatro policiais civis. Não temos delegado titular, e no fim de semana ficamos dependendo do plantão de Esperantina. Isso compromete a investigação e a resposta às ocorrências”, declarou.

Outro ponto ressaltado pelo vereador foi o efetivo da Polícia Militar. Segundo ele, apenas 10 policiais estão disponíveis para atender a todo o município, atuando em regime de 24 horas de serviço por 72 de folga. Na prática, apenas dois policiais ficam de plantão por vez.

 

“Como é que dois policiais militares de serviço no município, com essa extensão, têm condição de oferecer a segurança que os batalhenses precisam? Como é que pode?”, questionou o parlamentar.

Drogas atingem zona urbana e rural

Machado destacou que o tráfico de drogas não se limita mais à zona urbana de Batalha, mas também já alcança comunidades da zona rural. Ele disse estar especialmente preocupado com a influência do crime sobre jovens e adolescentes.

 

“Estou preocupado com os filhos dos batalhenses que estão nas escolas. Estão sendo captados pelo tráfico, usando drogas dentro das escolas. Se alguma coisa não for feita, a droga tira o que só Deus deu ao homem: o poder de decisão”, afirmou.

Segundo o vereador, a falta de acompanhamento e tratamento agrava a situação dos usuários.

 

“O cidadão que entra no mundo das drogas perde o poder de decisão. Muitas vezes não quer usar, mas sem tratamento e sem apoio, ele se obriga a usar. Quem tem que fazer alguma coisa somos nós”, completou.

O parlamentar também relembrou uma audiência pública sobre segurança realizada em gestões anteriores na Câmara, que segundo ele não trouxe os resultados esperados.

 

“Pouco conseguimos fazer depois da audiência, e a situação só se agravou. Eu estou alertando para um problema que cresce a cada dia”, disse.

Ele reforçou que a responsabilidade pela segurança não deve ser atribuída apenas ao Estado, mas também à gestão municipal.

 

“Não adianta um jogar a responsabilidade para o outro. A segurança pública é responsabilidade de todos, principalmente dos gestores, tanto o prefeito como o governo do Estado”, ressaltou.

Críticas ao uso de recursos

Em outro trecho do discurso, o vereador criticou gastos com festas sem contrapartida em políticas públicas de prevenção e enfrentamento ao crime.

 

“Fazer festa para vender droga e cachaça com 300 mil reais é muito fácil. Eu vi o tamanho do estrago que é uma festa daquela quando não se trabalha políticas públicas para combater o maior mal que existe em uma sociedade. E não é só em Batalha, é no Brasil. Mas eu quero ação é para Batalha”, declarou.

Defesa do PROERD

Machado também mencionou sua defesa pela implantação do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD) em Batalha. Segundo ele, a proposta não tem interesse político, mas busca envolver a comunidade e as forças de segurança em ações educativas.

 

“Quando eu trago o PROERD, não tenho interesse político, tenho interesse em mostrar que o poder público e as forças estão trabalhando em benefício das famílias”, afirmou.

 Diário de Caraíbas  

 

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