Genésio do Carmo e Jamaica, os dois únicos pedófilos que foram presos em Barras a denúncia do Ministério Público já estão soltos. O nome deles constava entre os outros detentos que foram beneficiados pelo Mutirão Carcerário do Conselho Nacional de Justiça.
“Agora eles estão livres e podem praticar outros crimes”, disse a promotora Maria do Amparo de Sousa. Os pedófilos estavam presos na penitenciária de Esperantina.
Mais de vinte denúncias sobre pedofilia estão sendo investigadas pelo MP, mas a soltura desses bandidos, considerados de alta periculosidade pela promotora, pode desestimular as investigações. Os processos dos dois excederam o prazo de julgamento e essa foi à brecha utilizada pelo CNJ – Conselho Nacional de Justiça, para libertar os pedófilos.
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À promotora de Barras está preocupada com os índices de pedofilia no município. Maria do Amparo Sousa não diz o número exato, mas informa que mais de 20 crianças no município foram abusadas sexualmente entre meninos e meninas.
Maria do Amparo citou o caso de uma criança de 12 anos que engravidou após ser violentada. “Ela teve que ser submetida a um parto cesariano porque não tinha estrutura física para ter um parto normal.
Segundo ela, os agressores são políticos, empresários, profissionais liberais, cabeleireiros, entre outras profissões.
Este número ainda pode ser maior quando se leva em conta o sub-registro. Ou seja, as famílias que por medo, vergonha ou ignorância não denunciam os pedófilos.
“ É bom que essa discussão venha à tona, principalmente porque estamos na semana do 18 de maio, que é a data da luta contra a exploração sexual de crianças e adolescentes”, lembra a promotora.
Um comerciante já está preso na delegacia de Barras. Ele se chama Genésio do Carmo e era proprietário de um trailer onde vendia petiscos e bombons. Genésio foi acusado de assediar duas meninas e foi constatado o estupro e atos libidinosos.
A promotora Maria do Amparo de Sousa citou também outro caso que está sendo investigado. Um cabeleireiro que estaria aliciando adolescentes com cervejas, dinheiro e até emprestando uma motocicleta em troca de favores sexuais.
“Há suspeita de que são pelo menos quatro adolescentes do sexo masculino aliciados por ele. “Mas o inquérito já foi aberto e a polícia está investigando”, declarou Maria do Amparo Sousa.
A promotora disse que quer envolver a sociedade nesta discussão e lamentou a ausência de autoridades políticas e administrativas em um evento organizado pelo Ministério Público para lembrar a data em Barras. “Para se ter uma idéia, nenhum vereador se fez presente”.