Polícia aguarda laudo para confirmar se suspeito também comeu arroz envenenado; caso dos cajus é reaberto com novo delegado
A Polícia Civil do Piauí aguarda o resultado de exames periciais para avançar na investigação sobre o envenenamento coletivo na cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí.
Quatro pessoas morreram e uma criança segue hospitalizada em estado grave após ingerirem arroz com terbufós, substância encontrada em veneno para ratos.
O delegado Abimael Silva, que preside o inquérito policial, revelou que aguarda o resultado de exames periciais para confirmar a quantidade exata de vítimas e saber se o principal suspeito do crime, Francisco de Assis Pereira, de 53 anos, que está preso, também ingeriu a comida envenenada.
Em depoimento, o suspeito teria dito à polícia que ingeriu praticamente todo o almoço, versão que será confrontada com os laudos. No dia do crime, 01 de janeiro, nove pessoas teriam passado mal com suspeita de envenenamento, mas a Polícia Civil também a aguarda os exames periciais para confirmar o número exato de vítimas contaminadas.
Ao ser preso, Francisco de Assis Pereira negou ter colocado veneno na comida da família. Contudo, além de depoimentos contraditórios, há informações de que ele teria orientado requentar o arroz e teve acesso à panela.
A relação entre o suspeito e as vítimas, principalmente com a enteada Francisca Maria da Silva, era conturbada. Em coletiva de imprensa, o delegado informou que o investigado atribuía aos enteados características como “preguiçosos” e “sem higiene”.
Das 11 pessoas que moravam na residência, só Francisco de Assis e a esposa não teriam sido envenenadas. Em relação a mulher, o delegado informou que não foram coletadas amostras porque ela disse que não se alimentou da comida.
Caso dos cajus é reaberto
O delegado Abimael Silva agora também preside o inquérito policial sobre a morte dos irmãos Ulisses Gabriel da Silva, 8, e João Miguel da Silva, 7. As crianças- que pertencem ao mesmo núcleo familiar e são filhas de Francisca Maria- foram envenenadas em agosto de 2024.
O caso teve uma reviravolta esta semana e passou a ser presidido pelo delegado que também está á frente da investigação do envenenamento coletivo. Uma vizinha que foi presa, dias após o crime, suspeita de dar cajus envenenados, foi solta porque exames realizados na fruta não confirmaram a presença de veneno. Os resultados só saíram agora.
Sobre o caso, Abimael Silva se limitou a informar que estão sendo realizadas novas diligências a pedido do Ministério Público.
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Por Graciane Araújo