Os delegados Carlos César Camelo e Danilo Melo, da Comissão de Combate às Ações do Crime Organizado (CICO), não descartam a possibilidade de representarem junto à justiça por decretações de prisões provisórias contra outros policiais acusados de envolvimento nos fatos que resultaram nas prisões de policiais lotados na delegacia do 1º Distrito e de dois empresários, tendo como vítima o paulista Guerino Walter Minervino. Foi a Operação Sangue Novo.
A informação foi dada durante uma entrevista coletiva concedida pelos delegados para falar sobre as prisões dos policiais Francisco Carlos de Araújo, o “Carlão” (chefe de investigações do 1º DP; Fabrizio Sena Costa e Cleomar da Costa Brito. Para eles delegados, o importante nesse momento é reunir provas para a conclusão do inquérito, mas durante esse trabalho, os policiais presos fizeram novas revelações em seus depoimentos e que podem ensejar mais prisões.
Os policiais que estão trabalhando no caso conseguiram apreender na empresa de José Duarte Saraiva, os cinco cheques, no valor de R$ 100 mil, cada, num total de R$ 500 mil, assinados por Gislane Aparecida Hauck, filha de Guerino Walter que veio de São Paulo para efetuar o pagamento e resgatar o pai que estava sob cárcere privado em um hotel localizado na avenida Barão de Gurguéia, na zona Sul de Teresina, o que configura a prova material do crime. Eles também conseguiram várias outras provas técnicas que serão juntadas aos autos do inquérito.
NO METROPOLITAN HOTEL
Os policiais Francisco Carlos de Araújo, Fabrizio Sena Costa e Cleomar da Costa Brito estão recolhidos na Delegacia de Proteção ao Menor e o Adolescente – DPCA, no bairro Redenção. Já o empresário José Duarte Saraiva e o filho estão recolhidos na delegacia do 6º Distrito, no bairro Piçarra. Uma imagem divulgada pela CICO (VEJA IMAGEM QUE ILUSTRA ESTA MATÉRIA) chama a atenção. É quando Carlão e Fabrizio entra no hotel onde Guerino estava hospedado. É o Metropolitan, um dos mas caros de Teresina. Os dois policiais, além de um outro não identificado, teram ido até o empresário.
CASO JÁ NA CORREGEDORIA
A Corregedoria Geral de Polícia Civil já instaurou o Processo Administrativo com a finalidade de apurar a conduta dos policiais Francisco Carlos de Araújo, o “Carlão”; Fabrizio Sena Costa e Cleomar da Costa Brito, presos preventivamente pela Cico, como acusados de crime de extorsão mediante seqüestro tendo como vítima Guerino Walter Minervino. A corregedora Fernanda Paiva Nunes Marreiros Marques encaminhou ofício ao delegado Carlos César Camelo, coordenador interino da Cico, solicitando cópias de todos os procedimentos já realizados e que servirão de base para o processo administrativo, cujas punições vão de uma simples advertência escrita até a demissão do serviço público.
O delegado Edvan Botelho, ex-integrante da Cico e atualmente na Corregedoria de Polícia Civil, esteve naquela instituição policial tratando dos procedimentos. Dos três acusados, o Fabrízio Sena não é policial civil. Ele é papilos-copista lotado no Instituto de Identificação da Secretaria de Segurança. Todos os acusados e mais algumas testemunhas serão intimadas para prestarem depoimentos na Corregedoria de Polícia Civil, oportunidade em que os policiais terão direito a apresentar as suas defesas e os contraditórios das provas.
Fonte: Portal 180 graus