MP denuncia promotor e assessor suspeitos de cobrar R$ 2 milhões em propina de empresário
O Ministério Público do Piauí (MP-PI) denunciou o promotor Maurício Verdejo e seu assessor, suspeitos de exigir propina de R$ 2 milhões para arquivar um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) contra um empresário de Parnaíba, ao Tribunal de Justiça (TJ-PI) pelos crimes de concussão, prevaricação, supressão de documento e tráfico de influência.
O promotor foi afastado da 6ª Promotoria Criminal de Picos, após ser alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Piauí (PGJ/MPPI). As investigações apontaram que Verdejo e seu assessor planejaram e executaram um plano para exigir vantagem indevida do empresário para o arquivamento do PIC.
Em depoimento à PF, o empresário afirmou que o promotor lhe extorquiu com a garantia de “paz” e que facilitaria sua vida junto à investigação criminal na comarca de Picos. Segundo as investigações, a propina seria paga em duas parcelas. A primeira parte do valor, de R$ 500 mil, chegou a ser paga pelo empresário à Verdejo, na sua residência em um condomínio de luxo em Teresina.
Na data que o empresário efetuou o pagamento da segunda parcela de R$ 500 mil, o promotor foi alvo de um mandado de busca e apreensão em sua casa, onde foram encontrados um montante na ordem de quase R$ 900 mil. Em uma outra ação policial realizada na, posteriormente na casa do assessor de Verdejo, os policiais localizaram R$ 610 mil.
No mês passado, o desembargador Ricardo Gentil, TJ-PI, indeferiu um pedido de prisão preventiva do promotor e seu assessor, mas aplicou uma série de medidas cautelares diversas, entre elas o afastamento do promotor do cargo por um ano, mas ainda recebendo o salário, e uso de tornozeleira eletrônica. Veja mais detalhes:
- afastamento cautelar do promotor Maurício Verdejo de suas funções pelo prazo de 1 ano, permitidas renovações sucessivas, conforme a conveniência processual, sem prejuízo da remuneração;
- proibição dos investigados de acessar e frequentar as instalações do Ministério Público do Estado do Piauí, seja sede, seja unidade do interior, exceto para participar de atos para os quais tenham sido convocados oficialmente a praticar, relacionados à investigação;
- proibição dos investigados seja por meio de contato pessoal, telefônico ou qualquer outro meio de comunicação, de se comunicar entre si, de se comunicar com o empresário Junno Pinheiro, e também de se comunicar com quaisquer servidores do Ministério Público, exceto se convocados oficialmente para tratar de assuntos relacionados à investigação;
- a fim de tornar efetivas as restrições supracitadas, garantindo-se que os investigados não se aproximem das pessoas proibidas, não frequentem os lugares proibidos, entre outros, a imposição de monitoramento eletrônico aos investigados.
Cidade Verde