Governo Federal adia concurso nacional unificado, o “Enem dos Concursos” por causa das chuvas no RS
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou o Concurso Nacional Unificado (CNU), conhecido como Enem dos Concursos em todo o país.
A decisão foi tomada nesta sexta-feira (3), após integrantes do governo se reunirem na Sala de Situação que acompanha as tragédias causadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, anunciou em coletiva alguns dos motivos para o adiamento. Ele estava acompanhada do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) Paulo Pimenta.
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Alguns dos motivos para o adiamento:
– Rio Grande do Sul teria 100 mil pessoas envolvidas – 80 mil candidatos e 20 mil pessoas na logística e segurança
– Estado gaúcho tem 235 cidades afetadas pelas chuvas
– 185 bloqueios em estradas
– Em Porto Alegre tem aeroporto e rodoviária bloqueados e teve 90% das viagens canceladas
– Santa Catarina passou a ser afetada na divisa com Rio Grande do Sul e seria impossível realizar as provas pelo risco de segurança no processo
No Piauí, mais de 50 mil pessoas estavam inscritas para as provas em 99 locais de aplicação, distribuídas em sete cidades. A maior parte dos locais e dos inscritos iriam realizar a prova em Teresina (veja números no final da reportagem).
A posição do ministério vem em meio aos pedidos do governo do Rio Grande do Sul para que a prova fosse adiada. A demanda foi divulgada pela situação emergencial ligada às chuvas no estado, que interferem na participação de gaúchos.
O argumento central, segundo a ministra, é manter a integridade de todos o participantes, preservando a vida das pessoas e assegurando a segurança jurídica do concurso. Que tem o objetivo de ser unificado em todo país. O documento do adiamento foi assinado pela Defensoria Geral da União, Advocacia Geral da União, Defensoria Pública do Rio Grande do Sul e os ministros presentes na coletiva.
Segundo fontes palacianas, houve uma queda de braço entre Dweck e o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, que é gaúcho, e prevaleceu a posição do chefe da Secom. Os dois teriam tido uma conversa tensa após o fim da reunião com os outros ministros na Sala de Situação. Apenas auxiliares estavam presentes.
A previsão de adiamento foi confirmada pelo SBT News. Ainda não há definição de uma nova data para o exame. Na coletiva, a ministra informou que nas próximas semanas será informado quando será.
“Ainda não temos uma nova data, nas proximas semanas podemos dizer, assim que tivermos uma nova data, pela questao logistica para uma nova prova”, explicou Esther Dweck.
Ela disse ainda que as provas já estavam nas capitais dos estados, para serem distribuídas nas 228 cidades que seriam realizadas o concurso. “Nossa meta é centralizar todas as provas novamente, já que 65% das provas já haviam sido deslocadas”, destacou.
Quebra de braço
Nesta quinta-feira (2), o Ministério da Gestão anunciou que a data do certame seria mantida e nesta sexta ainda soltou um comunicado informando que o governo iria ressarcir os participantes que não conseguissem fazer a prova, mas depois da situação se agravar, resolveram adiar as provas.
A decisão dividiu ministros por conta dos custos de adiamento da medida, em torno de R$ 50 milhões, e por questões de segurança jurídica. Na manhã desta sexta-feira (3), o ministro Paulo Pimenta já havia sinalizado que a posição de manter a data da prova poderia ser revista após reuniões no Palácio do Planalto ao longo do dia.
Um dos maiores pontos de divergência para o adiamento estava na ausência de um banco de questões, que concursos tradicionais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) possuem, o que impossibilitaria o adiamento da prova apenas no Rio Grande do Sul.
Um adiamento apenas no estado aumentaria o risco de judicialização, pois o grau de dificuldade das questões poderia variar, aumentando a possibilidade de uma prova ficar ‘mais fácil’ ou ‘mais difícil’ que a outra.
No fim, prevaleceu a questão humanitária e também política a favor do adiamento. O governo Lula estava sendo alvo de um bombardeio nas redes sociais, sendo taxado como “insensível” à tragédia no Rio Grande do Sul.
CNU no Piauí
- 50.857 candidatos inscritos, sendo 34.144 em Teresina;
- Provas seriam realizadas em: Teresina, São Raimundo Nonato, Picos, Floriano, Corrente, Bom Jesus e em Parnaíba;
- 99 locais de provas, sendo 53 na capital e 46 no interior.
Por Caroline Oliveira com informações do SBT News