Polícia

Empresária é presa acusada de manter prima sob condição de escravidão

A vítima relatou que foram pouquíssimas as vezes que tinha autorização para sair de casa. Ela também era proibida de frequentar à escola

A empresária e fisioterapeuta Francisca Danielly Mesquita Medeiros foi presa na tarde desta terça-feira (23), acusada de manter uma mulher identificada como Janaína dos Santos Ferreira, de 27 anos, em condições análogas à escravidão, cárcere privado e maus-tratos por 15 anos, no bairro Ilhotas, na zona Sul de Teresina.  As duas são primas de 2º grau.

Danielly tem 38 anos e disputou uma vaga de deputada federal nas eleições de 2018 e em 2020, concorreu à Câmara dos Vereadores de Teresina nas eleições de 2020.

O delegado Odilo Sena, titular do 6º Distrito Policial de Teresina, afirmou que a mulher vivia desde os 12 anos de idade em condições degradantes.

 “Recebemos a denúncia através de uma pessoa próxima a vítima, abrimos o inquérito policial e iniciamos as investigações que chegaram a este caso estarrecedor. Essa jovem desde os 12 anos de idade vivia em cárcere privado, sendo obrigada a realizar todas as tarefas domésticas, onde a dona da casa a mantinha sob constantes ameaças, além das torturas físicas e psicológicas”, disse.

Segundo o delegado, Janaína foi mantida presa dos 12 aos 27 anos de idade, trabalhava manhã, tarde, noite e até de madrugada, sem direito a sair e não ganhava salário.

“Foram 15 anos de intenso sofrimento. Felizmente, essa situação vai acabar agora e Francisca Danielly vai responder por tortura física e psicológica, redução à condição análoga de escravo e também cárcere privado”, acrescentou.

Durante depoimento, a vítima relatou que foram pouquíssimas as vezes que tinha autorização para sair de casa. Ela também era proibida de frequentar a escola. Na residência, além dos trabalhos domésticos, também era a responsável pelos cuidados do filho da acusada, que é autista.

Natural da zona rural do município de Chapadinha, do Maranhão, Janaína veio para Teresina com a promessa de uma vida melhor. A família já havia tentado outros meios de resgatá-la, mas sem sucesso.

“Os pais da vítima são de baixa renda e possuem poucas instruções. A acusada, que é prima de 2º grau da jovem, trouxe a jovem para capital e, posteriormente, passou esconder informações sobre o paradeiro da moça”, completou Odilo.

Meio Norte

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