Descobrir a homossexualidade dos filhos não é algo fácil para a maioria dos pais. Uma revelação como essa pode trazer muito receio sobre a aceitação pelo restante da sociedade. A melhor maneira de lidar com isso é a compreensão. Coisas que o amor de mãe sabe conceder muito bem.
Quem é mãe concorda: é impossível não imaginar como será o futuro do filho, idealizando para ele todo um estilo de vida. Mas o que acontece quando, de uma hora para outra, revela que é homossexual? Nessas situações, a grande maioria das mães vê todas as suas idealizações serem ameaçadas, por algo que é socialmente discriminado.
O susto inicial é quase inevitável, pois a mãe vê-se obrigada a rejeitar os planos que havia construído para seu rebento. Para Marinalva Santana, diretora do grupo Matizes, o apoio das mães é fundamental para que não haja sensação de rejeição.
“O mais comum, quando um filho revela que é homossexual, é a mãe ficar com um sentimento de culpa, fazendo-se a pergunta ‘onde foi que eu errei na criação do meu filho?’. Isso é produto de uma educação inteiramente voltada para a heterossexualidade compulsória.
O ideal é que a mãe respeite o filho como ele é, pois orientação sexual não tem nada a ver com caráter e não reduz a capacidade do filho em amar a própria mãe”, explicou Marinalva.
Buscando ajudar a outras mães através da experiência pessoal (descobriu em 1992 que o filho caçula era gay), a escritora e doutora em semiótica francesa Edith Modesto fundou o Grupo de Pais de Homossexuais (GPH), que faz reuniões para facilitar a lida com a questão.
Edith é autora de várias obras que abordam a homossexualidade, entre elas, está o livro “Mãe sempre sabe? Mitos e verdades sobre pais e seus filhos homossexuais”, considerado a maior referência para pais que não sabem o que fazer diante do problema.
Em entrevista ao Jornal Meio Norte, Edith confirmou que a primeira reação dos pais é, na maioria das vezes, bastante negativa. Ela explicou como as mães devem agir nesse momento de aflição e de dúvidas. “O ideal é tentar saber mais sobre o assunto, conversar com outras mães. Se possível, entrar também em um grupo de pais, como a nossa ONG”.
A escritora esclareceu que o afastamento, nesses casos, é a escolha menos acertada, sendo essencial a companhia e o carinho maternos para ajudar a vencer as barreiras que os gays já enfrentam fora do lar.
Mãe é importante para qualquer filho, principalmente para os filhos e filhas homossexuais, já que sofrem ainda a discriminação social. Nesse contexto, eles devem, pelo menos, ter o amor e o apoio de suas mães”, concluiu.
Fonte:Meio Norte
E vale ressaltar que quando preconceito e discriminação em relação à orientação sexual de um(a) adolescente começa dentro de casa as chances de se perder esse ser humano para as drogas e a marginalidade são bem maiores do que em um lar onde há diálogo, respeito e, sobretudo, amor.
Brilhante a iniciativa da Edith.
e o q é GAIC?
Grupo Arco-Íris dos Cocais