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Em 24 horas, gabinete de crise recebe 72 denúncias de atos antidemocráticos

Subiu para 72 o número de denúncias relacionadas a atos antidemocráticos recebidas através do WhatsApp divulgado pela Secretaria de Segurança Pública.

O dado foi revelado na manhã desta terça-feira (10) pelo delegado Matheus Zanatta, superintendente de Operações Integradas e membro do gabinete de crise montado pelo governo do Piauí. Até a tarde de ontem, 18 denúncias haviam sido recebidas.

De acordo com o delegado, a Polícia Civil investigará a veracidade das informações e ,posteriormente, produzirá um relatório que será encaminhado para a Polícia Federal. O canal para denúncia continua disponível para população através do whatsapp (86) 99492-3705.

“Continuamos recebendo informações, arquivos, fotos e vídeos. Os nomes e contatos dessas pessoas que estão nos ajudando na identificação dos envolvidos serão mantidos no mais absoluto sigilo”, concluiu Zanatta.

“As equipes neste momento estão fazendo trabalho de campo para averiguar as denúncias. Neste momento estamos aguardando também empresas de turismos enviarem os relatórios de passageiros que forma para Brasília”, destacou o delegado.

A Polícia está recebendo fotos de Instagram, prints de conversas de WhatsApp e vídeos que sugerem a participação de piauienses nos atos. Apesar das provas, o delegado frisa a importância de checar as informações, porque alguns trotes já foram registrados.

Apesar de não dizer o número exato de trotes, o delegado frisa que a Polícia está fazendo um filtro para saber se a denúncia constitui crime ou não.

As informações reunidas ao longo da investigação serão encaminhadas a Polícia Federal pela Secretaria de Segurança do Piauí (SSP-PI) sobre os supostos envolvimentos em atos antidemocráticos. Já aqueles policiais que forem identificados, serão apresentados à Corregedoria.

 

Ainda de acordo com o delegado Matheus Zanatta, ainda é cedo para tipificar o crime que cada um identificado poderá responder. No entanto, doutrinadores apontam para três crimes.

Se houver classificação como ato terrorista, a invasão ao Congresso, Planalto e STF, as condutas criminosas observadas são enquadradas nos arts. 2º da Lei 13260/2016 (Lei do Terrorismo), que tem punição entre 12 a 30 anos de prisão.

Eles também podem incorrer no crime de golpe de Estado, definido como a tentativa de “depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído”. A pena pode chegar a 12 anos.

Há também a possibilidade dos atos se enquadrarem no artigo 359-L do Código Penal que é o crime equivalente ao delito de insurreição.

Entre a denúncias registradas no Gabinete de Crise está a de que alguns piauienses realizaram uma vaquinha on-line para fretarem um ônibus com destino a Brasília.

O delegado, no entanto, prefere não entrar em detalhes para não atrapalhar as investigações. Mas garante que está colhendo as informações com as agências de viagem para conseguir os dados desses passageiros.

“Precisamos da ajuda do cidadão para nós esclarecermos e identificarmos a autoria das pessoas que estão instigando, financiando e foram para Brasília participar desses atos antidemocráticos”, completou o delegado Matheus Zanatta.

Gabinete de crise 

O gabinete de crise foi criado após vândalos invadiram as sedes dos três poderes em Brasília, destruindo parte da estrutura dos Palácios da Alvorada, o Congresso Nacional e do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), depredando o patrimônio público. A intenção da SSP é identificar piauienses que teriam participação na ação criminosa e monitorar possíveis atos semelhantes no estado.

A Polícia já tem indícios de que alguns ônibus saíram do Piauí com destino a Brasília para participar dos atos.

 

Por Nataniel Lima

 

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