DHPP não descarta homicídio em caso de funcionário do BB encontrado morto
O delegado Danúbio Dias, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que a investigação está na fase inicial, mas que a polícia não descarta a possibilidade de Jardel Igor Gomes de Lima, de 30 anos, ter sido vítima de homicídio.
Ele foi encontrado morto na parte externa de uma boate, na madrugada de sábado (17) no bairro Cidade Nova, na zona Sul de Teresina. Informações iniciais apontavam que o rapaz teria tido um surto psicótico no local.
Jardel era funcionário da agência do Banco do Brasil, do bairro Piçarra, onde trabalhava como escriturário.
Segundo o delegado, o local tinha seis pessoas e todos contaram que o homem chegou com sinais que seriam de ingestão de álcool e drogas, teria se alterado e quebrado várias coisas. Uma das testemunhas, uma mulher, alegou que ele tentou agredi-lá. Segundo os depoimentos, o bancário teve que ser contido por um segurança, colocado para fora e logo depois foi encontrado morto.
“Todas as pessoas que estavam presentes no momento do tumulto, que foi provado pela vítima, já foram ouvidas, cerca de 6 pessoas. Todas relataram que a vítima chegou no estabelecimento e estava em uma mesa conversando com uma mulher e sem nenhuma razão aparente começou a se alterar e começou a quebrar alguns pertences desse local, e em seguida o segurança do estabelecimento tentou contornar a situação. As testemunhas que presenciaram o momento, não relataram agressões contra a vítima, mas essas são as informações que prestaram ainda na noite do óbito”, informou o delegado.
As testemunhas afirmaram que Jardel já chegou alterado no local, apontando um possível consumo de álcool e drogas.
“Por tudo que foi relatado, aparentemente [teria consumido] sim, mas nada confirmado, pois essas pessoas que prestaram depoimento com uma versão que são favoráveis a elas”, disse Danúbio Dias.
As informações iniciais apontavam que a vítima teria tido um surto psicótico, mas o delegado explicou que somente as perícias vão poder apontar o que realmente aconteceu, por isso um homicídio não está descartado.
“Que é possível, é [que tenha sido homicídio]. Nesse momento, nessa fase de investigação, que é uma fase preliminar, todas as hipóteses são levantadas e no caso estamos trabalhando os vestígios que foram coletados naquela fase inicial. Nessa fase inicial da investigação há a possibilidade de ter ocorrido um homicídio, por outro lado, a polícia só pode afirmar de forma categórica quando tiver um posicionamento do médico legista. As fotos tiradas pelos investigadores mostram que a vítima tem uma lesão na região dos supercílios, possivelmente uma lesão provocada por uma ação contundente, mas é importante destacar que ação contundente é um termo genérico, e o perito que vai apontar por qual ação esse ferimento foi provocado, então essas definições mais técnicas é o perito que vai determinar”, explicou.
Danúbio Dias destacou que somente o laudo vai poder apontar quais lesões a vítima tinha e se foram essas lesões que causaram a morte, ou se foi outra coisa. As testemunhas vão ser chamadas novamente para prestarem depoimento após os laudos serem divulgados.
“Essas declarações vão ser confrontadas com os laudos periciais. Duas perícias vão ser feitas, que vão ser determinantes para decidir o que aconteceu. Tem a perícia de local de crime, que vai definir a dinâmica, e a do médico legista, que nesse momento é o mais importante, que vai determinar o que causou a morte, o que provocou o óbito. Pois é importante ressaltar que aquela lesão aparente na face da vítima, pode não ter sido determinante para o óbito, por isso é que o médico legista vai decidir o que provocou o óbito. Mesmo que a vítima tenha aparentemente lesões, pode ser que elas não sejam suficientes para provocar o óbito, por outro lado, é preciso ter consciência que a investigação está iniciando. Trabalhamos, sim, com a hipótese de homicídio, mas a materialização só vai ser possível com o laudo cadavérico. Também pode ser que as lesões encontradas sejam compatíveis com autolesão, então nesse momento a polícia é cautelosa, porque trabalhamos com evidências técnicas e não com suposições”, finalizou.
Por Bárbara Rodrigues e Tiago Melo