Assassinato de cabo do Bope completa quatro anos sem julgamento e réus em liberdade
Em 06 de dezembro de 2016, o cabo da Polícia Militar do Piauí, Claudemir de Paula Sousa, 33 anos, foi covardemente assassinado em Teresina em um crime planejado, de acordo com investigação da Polícia Civil do Piauí.
Na data exata em que sem completa quatro anos do homicídio, dois réus no processo já morreram; outros seis ainda não foram julgados após inúmeros recursos, suficientes para que respondam em liberdade até a data do julgamento e, consequentemente, aumente dia após dia o sentimento de impunidade e sofrimento de familiares do militar do Bope.
“Hoje faz quatro anos que aguardamos uma definição da Justiça em relação ao processo do meu irmão. É muito angustiante aguardar por essa morosidade da Justiça. Aguardamos a decisão dos recursos. Todos estão respondendo em liberade. O que queremos é que fosse dado despacho, o mais rápido possível, para o processo ter andamento e audiência possa ser marcada”, disse Carmilene de Paula, uma das irmãs do militar do Bope.
A Polícia Civil do Piauí concluiu que o assassinato teve motivação passional. São réus no processo:
Maria Ocionira Barbosa (ex-namorada apontada como coautora intelectual do crime)
Leonardo Ferreira Lima (apontado como mandante/coautor do crime)
Wesley Marlon (faleceu e era apontado como executor e responsável por monitorar a vítima)
Igor Andrade Sousa (faleceu e teria sido responsável por recrutar o bando)
Flávio Willame (apontado como executor)
Beto Jamaica (taxista apontado como o intermediador/agenciador)
Francisco Luan e Thais Monait (apontados como ‘olheiros’)
Ela pontua que a pandemia do novo coronavírus atrapalhou ainda mais o andamento do processo e faz um apelo a Justiça.
“A morosidade é muito dolorosa. A gente não tem paz em relação a saudade do meu irmão. É algo que, enquanto existir esse processo, a dor que perdura no coração da nossa família é diária. A gente faz um apelo para que a Justiça reveja o processo. A pandemia dificultou mais ainda, mas a gente aguarda que saía o mais rápido possível essa decisão, para que a gente possa ir ao Tribunal e o que for de acordo com a lei, a gente vai obedecer. Que, pelo menos, a gente consiga encerrar esse capítulo da nossa vida e ele descanse em paz”, pede a irmã.
FERIDA ABERTA
Carmilene de Paula relatou o sofrimento da família e disse ainda que o julgamento é tão importante porque representa o “fechamento de um ciclo”.
“É uma luta diária e uma saudade que nos acompanha no dia a dia e que a gente sabe que não vai passar. Hoje é uma data muito emotiva, vem a questão das festas natalinas, quando as pessoas estão juntas. A gente tá junto, mas nosso coração sabe que está faltando uma pessoa. Então, são quatro anos que a gente segue, mas com uma ferida aberta no nosso coração. A única coisa que a gente tem se apegado, desde o início e sempre, é a nossa fé que ele esteja descansando em paz e que possamos seguir com paz no coração, mas isso depende do resultado desse processo para gente fechar esse ciclo da nossa vida e que fique só a saudade em nosso coração, que a impunidade vá embora e que cada um pague o que tem que pagar, conforme a lei determinar”, declarou a irmão do policial.
Por Graciane Sousa