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Em meio a um mar de dívidas: a agiotagem

cedulas-realÉ uma tentação. Basta abrir os classificados que está cheio de anúncios de dinheiro fácil e rápido. São os chamados agiotas, que salvam a vida daqueles que estão sufocados sem dinheiro ou daqueles que já estão tão endividados que não possuem crédito no mercado.

Sem muitas burocracias, como consulta ao Serasa ou SPC, eles agem de várias formas. Alguns exigem que o “cliente” entregue alguma coisa de valor como garantia, como joias, motos, carros e até mesmo imóveis.

O bem é transferido para uma terceira pessoa – laranja (uma forma de tornar mais difícil a ligação com o agiota).

Como os juros são muito altos, a dívida cresce como uma bola de neve e a vítima não consegue se livrar dela.

Logo, não recebe o patrimônio de volta. O laranja então vende o bem no mercado a preço real e repassa o dinheiro para o agiota.

Em outros casos, o agiota entrega o dinheiro através da troca de cheques ou assinatura das chamadas promissórias.

Esse tipo de negociação também envolve juros altíssimos. Outros, mais ousados, chegam a registrar a dívida em cartório, sem, é claro, citar o valor dos juros.

O Jornal Meio Norte ligou para um serviço que garante “empréstimo fácil” nos classificados e simulou um empréstimo de R$ 1.000 reais. O pagamento deveria ser feito em 24 parcelas de 240,00 e o suposto agiota exigiu cheques assinados em branco ou promissórias assinadas. No total, o valor pago chegaria a R$ 5.800 reais.

Mais de 500% de juros.

A agiotagem é crime e pela lei as pessoas não podem emprestar dinheiro e cobrar juros, ainda mais se forem abusivos. De acordo com o advogado Valterby Noleto, membro da OAB, os financiamentos só podem ser feitos por empresas cadastradas no Banco Central, como por exemplo Bancos e Financeiras. As taxas são fixadas pela Constituição e não podem passar de 12% ao ano. Com agiotas, algumas passam de 1000%.

Foi mais ou menos esse o valor do juros que José Filho pagou por um empréstimo de R$ 2.000. Ele conta que estava consciente dos juros altos, mas resolveu arriscar.

Se arrependeu no final, quando pagou quase R$ 9.000 pelo empréstimo que utilizou em uma viagem a São Paulo. “Eu me arrependi muito porque eu nunca conseguia pagar as parcelas. Os juros foram aumentando e se transformaram numa bola de neve. O pior de tudo foi as cobranças, que aconteciam a todo momento”, conta.

Fonte:Meio Norte

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