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Escola Municipal de Joaquim Pires realizou a sua I Feira de Ciências

A Unidade Escolar Polonordeste, localizada na comunidade Angico Branco, zona rural de Joaquim Pires, realizou no último dia 30 de novembro, a sua I Feira de Ciências.

Vale ressaltar que a referida Escola, representou a conclusão de um projeto em andamento desde a metade do ano de 2017.

O Projeto intitulado de “Água Pra que te quero”, teve seu inicio nos planejamentos pedagógicos do terceiro bimestre do ano passado e, desde então, os professores da escola supracitada têm desenvolvido ações pedagógicas em suas aulas abordando a proposta trazida pelo Projeto que era problematizar os níveis de salinização da água que abastece a comunidade. Assim, rodas de conversas, seminários, experimentos e outras atividades passaram a ser praticas docentes cotidianas que conduziram os alunos e alunas a realizarem, ainda em 2017, uma gincana que abordava um resgate histórico da comunidade destacando a relação moradores x natureza local no tocante ao acesso a água para consumo. Os trabalhos da gincana naquele ano renderam uma edição do Jornal Polonordeste (outro projeto da escola), que foi apresentada pelos alunos em uma reunião pedagógica na cidade. Ao iniciar o ano letivo de 2018, planejamos a Gincana Cultural que, por sua vez, continuou abordando o tema, desta vez realizando campanhas para arrecadar garrafas pet a serem futuramente utilizadas em oficinas de reaproveitamento. O uso das linguagens através de apresentações teatrais, reforçaram a temática meio ambiente ao construírem provas competitivas abordando aspectos de degradação ambiental local. Ao planejar a Feira de Ciências para o fim de novembro, a equipe docente da Unidade Escolar Polonordeste pretendia concluir a etapa final do Projeto Água Pra Que Te quero mas, para tanto, construir um legado significativo para a comunidade escolar. Assim, se planejou oficinas estratégicas para que os alunos pudessem produzir os stands temáticos:

Alunos realizaram entrevistas com moradores locais investigando aspectos da paisagem, suas mudanças, causas e efeitos dessas mudanças – em especial ao lençol freático. Dessas entrevistas renderam longas oficinas de tratamento dos dados matemáticos, construção de gráficos, identificação de diferentes utilidades das plantas desde a fabricação de moveis a uso fitoterapêutico das mesmas. Os trabalhos dessas pesquisas e oficinas deram origem ao stand ETNOBOTÂNICA.

Algo parecido ocorreu com a equipe de alunos que realizaram pesquisa de campo para investigar como os moradores estão lidando com o lixo produzido em suas residências. Além de realizar as mesmas etapas da pesquisa anterior, estes alunos inteiraram-se dos malefícios que o lixo traz ao lençol freático por ocasião de sua decomposição a céu aberto. Estas pesquisas renderam a construção de um incinerador na escola que, após a feira, passará a ser utilizado pela escola e por moradores da comunidade que foram convidados a juntar seu lixo seco e trazer para a escola com o intuito de incinera-lo. Desse árduo trabalho nasceu o stand DESTINO DO LIXO / INCINERADOR.

O stand TETO SUSTENTÁVEL na verdade, foi o primeiro stand no percurso de visitação. Seus itens representavam opções de reaproveitamento do lixo, em especial, as garrafas pet, pneus e outras sucatas. Com tal exposição, procurou se chamar a atenção para a consciência ambiental que sempre deve está acima da “inconsciência consumista”. Além de expor tetos, paredes e cadeiras feitos a partir do reaproveitamento do lixo, foi exposto também pesquisa sobre os períodos de decomposição de diferentes tipos de lixo na natureza, sempre abordando os riscos que estes resíduos causam ao lençol freático.
Por fim, o stand DESSALINIZADOR / CANTEIRO SUSTENTÁVEL buscava apontar soluções simples para amenizar problemas crônicos na comunidade. Com o canteiro sustentável procurou se mostrar uma opção de aproveitamento de água de lavagem para regar plantas sem que as mesmas sofressem com o efeito de produtos químicos presentes na agua como sabão, gorduras e outros. Já no dessalinizador apresentava-se uma maneira de ‘retirar’ o teor da sal da água de pouco tubular através do sistema de evaporação solar. Na mostra, a água dessalinizada nesse processo era aproveitada para regar um jardim com espécies nativas da comunidade, objeto das entrevistas na pesquisa de campo etnobotânica. Foram mostradas nesse jardim, espécies nativas importantes para os moradores desde o ponto de vista econômico, cultural e terapêutico bem como algumas que já correm risco de extinção.
As oficinas, bem como, todas as pesquisas e qualquer outra movimentação em prol dessa feira de ciências, tiveram um acompanhamento especial de uma equipe de alunos selecionados pelos professores de português. Estes realizaram oficinas DE PREPARAÇÃO DE ‘REPÓRTERES’ que atuaram registrando cada etapa das oficinas e realizaram a cobertura do evento mostrando cada stand e entrevistando visitantes. O resultado desse trabalho deverá ser posteriormente editado em mais uma apresentação especial do Jornal Polonordeste.
Por ser a primeira feira de ciências realizada pela escola, a equipe de docentes e discentes mostravam-se receosos do desafio mas, o fato de apresentarem resultados de oficinas realizadas na escola os deixaram mais a vontade no ato de expor os trabalhos e, importante registar a flexibilidade da gestão para que as oficinas acontecessem pois, em dias de oficinas, os turnos tarde e noite reuniam apenas a tarde para execução das tarefas e isso, acredita-se, foi um dos fatores que contribuiu para o sucesso das exposições.
A escola como um todo acredita que o sucesso da presente feira de ciências deve-se ao fato da mesma ter sido constituída a partir das discussões em que todos os profissionais envolvidos se esforçaram e contribuíram, atuando de forma conjunta e cooperativa e, mais importante, entrelaçando os conteúdos trabalhados na programação didática com os temas levantados pela feira. Por todos os aspectos citados, acredita-se que a I Feira de Ciências do Polonordeste ficará registrada na memoria dos alunos, professores, visitantes e comunidades e, além de tudo, deixará um legado útil a comunidade escolar.
A feira contou com a presença da equipe da Secretaria Municipal de Educação – SME e alunos da rede municipal de ensino.
Confira alguns registros da Feira, abaixo:


Por João Victor

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