Sociedade

IstoÉ diz que PP cooptou deputados com dinheiro da Saúde; Ciro nega

A reportagem de IstoÉ, divulgada na edição desta semana, diz que o Progressistas, partido presidido pelo senador piauiense Ciro Nogueira, “montou uma operação com o uso de dinheiro público para cooptar novos parlamentares”.

A legenda conseguiu se tornar a segunda maior bancada na Câmara Federal, com 54 deputados, graças a um “esquema”, diz a revista, montado por Ciro, pelo então ministro da Saúde, deputado Ricardo Barros (PR), e pelo deputado Arthur Lira (AL), ex-presidente da Comissão do Orçamento. Afirmações que o senador piauiense diz tratar-se de “mentiras”.
“Os três articularam o ingresso de sete desses novos deputados ao partido em março, durante a abertura da ‘janela partidária’ – período em que a Justiça Eleitoral permite a troca de partido para a disputa de novo mandato. A cooptação ocorreu por meio de dinheiro do Fundo Nacional da Saúde (FNS) para os municípios onde os deputados têm base eleitoral. Além dos recursos da Saúde, os parlamentares obtiveram a promessa de receber R$ 2,5 milhões do Fundo Partidário para cada um tocar sua campanha à reeleição este ano”, diz IstoÉ.

Isso teria ocorrido graças à edição de normas de repasse do Fundo Nacional de Saúde. “Antes, havia seis blocos de repasse dos recursos: custeio, investimentos, prestador, demandas judiciais, obras do PAC e emendas parlamentares. Ricardo Barros reduziu para apenas duas modalidades: custeio e investimentos”.
A publicação segue afirmando que o deputado Arthur Lira, como presidente da Comissão de Orçamento, orientou os parlamentares a não pedirem recursos na Saúde como emendas individuais, mas como emenda de relator. E que todas fossem na modalidade custeio. “Com dois objetivos: sacadas como emendas de relator, não ficaria nítida a relação da liberação com o nome do parlamentar que pediu o dinheiro. E, como custeio, não haveria necessidade de apresentação de qualquer tipo de projeto mais detalhado para utilização do recurso. Os valores começaram a ser liberados após a mudança de partido em duas categorias na saúde: Atenção Básica e Atenção de Média e Alta Complexidade”.

Diz a reportagem que a mudança possibilitou uma “maquininha de liberação orçamentária”, destacando que em março, as liberações chegaram a R$ 9,3 bilhões, sendo o Piauí o oitavo estado que mais recebeu recursos desde janeiro até abril deste ano. E vai mais longe, ao dizer que os recursos teriam ajudado o Progressistas a saltar de 30 para 84 prefeitos, desde a eleição de 2016.
– Clique para ler a íntegra da reportagem de IstoÉ
Toda a movimentação de recursos, segundo IstoÉ, vem sendo acompanhada pelo Tribunal de Contas da União. “Auditores da corte já seguem o caminho do dinheiro para estabelecer a relação direta entre a troca de partido e liberação de recursos públicos. O modus operandi da operação montada pela tríade do PP – Ricardo Barros, Ciro Nogueira e Arthur Lira – é semelhante ao adotado no escândalo conhecido como “Anões do Orçamento”, celebrizado no final dos anos 80”.
180graus ouve senador piauiense
Nesta segunda-feira (14), o portal questionou Ciro Nogueira sobre as acusações trazidas na reportagem, as quais o senador classifica como inverdades.

“É uma inverdade. Porque ali [distribuição de recursos] é fruto de.. todos os dez deputados do Piauí receberam este recurso, independente de partido. Ali são emendas impositivas, é uma mentira que se tentou plantar, dizer aquilo, que nós estávamos cooptando deputados, com emenda impositiva. Isso é uma grande mentira. Tenho a consciência, pode olhar, que não tem o menor eco em outro meio de comunicação, porque todo mundo sabe que é mentira. Não tem.. ali são emendas impositivas, que todos os 513 deputados receberam a mesma coisa”, afirmou o presidente do Progressistas.
Apoliana Oliveira

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