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POLÊMICA:Grupo David Caldas poderá dá lugar para novo Fórum de Esperantina

david caldasUm dos colégios mais antigos e históricos de Esperantina, o Grupo Escolar David Caldas, localizado no principal centro da cidade, pode está com seus dias contados.

De acordo com informações repassadas pelo Juiz de Direito da Comarca de Esperantina, Dr. Ulysses Gonçalves da Silva Neto, no local da referia Escola, poderá ser construído em breve o novo Fórum do município.juiz-ulysses-goncalves-da-silva-neto-222616

VILMA-AMORIMUlysses Gonçalves durante entrevista concedida a este jornalista, afirmou que a conversa com a atual Prefeita do município, Vilma Carvalho Amorim do Partido dos Trabalhadores, no tocante a concessão do referida Escola, já está bastante adiantada.

Lembrando que o Grupo Escolar David Caldas, foi uma das primeiras Escolas a ser construída na terrinha da Boa Esperança e por ela já passaram grandes nomes da sociedade esperantinense, desde a políticos, empresários e poetas.

 Quem foi David Caldas?

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Em 22 de maio de 1836, na fazenda Morrinho em Barras, Piauí, nasceu Davi Moreira Caldas, filho de militar, Davi Caldas, como ficou mais conhecido, recebeu do bondoso Juiz Dr. Francisco Xavier de Cerqueira, a maior herança que um homem pode receber, a educação e o conhecimento. Impressionado com a inteligência e desenvoltura do discípulo, o Dr. Xavier aconselhou a família que o enviasse para Olinda a fim de cursar o preparatório e um bacharelado, porém, devido a carência financeira da família, só pôde seguir o conselho do Juiz, em 1860. Exceto pelos ensinamentos de português, latim, matemática e rudimentos de francês, fornecidos pelo Dr. Xavier, todo o resto aprendeu sozinho.

Aos 19 anos tornou-se promotor público da comarca de Campo Maior, cargo que aceitou para ajudar a família, mas em dois anos, entrou em crise depressiva e foi para Jaicós recuperar-se na casa do irmão que era tabelião. Em 1859, sentindo-se restabelecido, Davi Caldas estreou no jornalismo em 06 de junho daquele ano no Arrebol, um jornal literário e científico que teve vida curta, pois em janeiro de 1860, Caldas seguiu para Olinda, onde pouco pôde aproveitar, tendo sido obrigado a voltar em face dos apelos da mãe devido ao falecimento do seu pai.

Em setembro do mesmo ano, estava novamente em Barras, lecionando letras em colégio desta cidade, Um ano depois foi para Teresina, onde casou-se em 1862 com uma filha de fazendeiro de União. Impedido de estudar, por falta de escola e ensino superior no Piauí, Davi Caldas segue fazendo história na imprensa piauiense, ao lado de Deolindo Moura, trabalhando como co-redator do jornal Liga e Progresso, Dois anos depois, já em 1865, Deolindo lança seu primeiro jornal, A Imprensa, que contou com a ativa participação de Davi Caldas até 1868.

No ano de 1864, Davi Caldas foi eleito deputado pelo partido “O Liberal”, como deputado, esteve muito a frente do seu tempo, naquela época já era um homem preocupado com as questões sociais, tendo com isto, causado grandes problemas para o governo e seu partido. Dentre os projetos por ele apresentados, destaca-se o que autorizava a Província a financiar casas de telhas para todos os pobres, como 95% da população viviam em casas cobertas de palhas, praticamente toda a população se indispôs com governo, isto sem falar que o país estava em guerra contra o Paraguai. Contrariado e desencantado com a seus colegas de partido que não o apoiaram, abandona a Assembléia e rompe com o “O Liberal”.

Depois malfadada experiência na vida parlamentar, Caldas, em 1868 vê-se obrigado a lançar seu próprio jornal, O Amigo do Povo, para não causar problemas para seu grande amigo Deolindo que ainda era filiado ao seu antigo partido na Assembléia. O Amigo do Povo já nasceu um jornal “sui generis”, não objetivava o lucro, tanto que no titulo lia-se, “Periódico político. Este jornal publicar-se-a duas vezes por mês; distribui-se gratuitamente para as pessoas pobres que souberem ler e quiserem receber na tipografia onde é impresso. Aceita-se assinaturas, que fica ao arbítrio quanto a importância, não excedendo 2$000 (dois mil réis) por trimestre”. Em 1970 passou a ser impresso na própria tipografia de Davi Caldas e por ele mesmo. Os textos do jornal eram de caráter político, raramente publicava artigos literários ou doutrinários. Para fugir dos problemas com o Código Criminal da época, Caldas comentava os fatos com se tivessem acontecido em outros países.

Durante os anos em que ocupou a cadeira na Assembléia, fez grande carreira burocrática, foi nomeado para diversos cargos públicos, dentre eles se destacam o de Oficial da Secretaria da Presidência (da província), promovido por merecimento a Oficial Maior da Secretaria de Governo, alem de obter por concurso uma cadeira no Liceu Provincial. Quando aderiu a causa republicana, foi destituído de todos os cargos, menos o de professor do Liceu por ser uma função vitalícia, mas entendendo que por ser um republicano não podia servir o império, requereu a jubilação.

No dia 01 de fevereiro de 1873, o jornal O Amigo do Povo, trocou de nome e passou a se chamar O Oitenta e Nove. O editorial era um artigo com o mesmo nome no qual o autor não afirmou de maneira categórica, mas deixava sutilmente expressa a idéia profética de que a República seria proclamada no ano de 1889, como veio se concretizar no dia 15 de novembro deste ano, 16 anos depois da profecia de Davi Caldas.

O ideal republicano, deixou Davi sem empregos e sem amigos, a sua única renda era os proventos do Liceu que eram proporcionais ao seu tempo de serviço e das aulas particulares que ele dava, mas, a partir de 1877, com a morte do irmão, viu-se obrigado a sustentar cunhada e os sobrinhos. Apesar de ser um homem religioso e pertencer a Irmandade do Santíssimo Sacramento, era considerado pela igreja Católica o considerava oficialmente ateu, e como tal, não teve o direito de ser enterrado no cemitério, tendo sido sepultado como um excomungado em frente ao cemitério São José, debaixo de um velho jatobazeiro. Somente em 1930 os restos mortais de Davi Caldas foi exumado e enterrado no cemitério por conta do calçamento que fora feito na rua.

Colaboração: Chico Museu

 

Um Comentário

  1. O colégio David Caldas é um monumento histórico de Esperantina. É o primeiro colégio de nossa cidade. Estudei lá e várias gerações de esperantinenses.

    Esperantina não preserva sua história. Quase todos os prédios antigos de nossa cidade estão sendo demolidos e com a anuência do Poder Público. Temos vários exemplos: O Sobrado da antiga Prefeitura e Câmara Municipal, o antigo cassino, que por sinal já funcionou o dito Fórum e agora vemos essa história de construir o mesmo Fórum em um prédio histórico e que por ironia do destino ficam na mesma praça, a praça Leônidas Melo.

    Não queremos acreditar que o Poder Executivo, legislativo e o Judiciário, que deveriam preservar o patrimônio de nosso município, venham dilapidá-lo.Tenho certeza que a população não aceitará mais este crime com o nosso Patrimônio.

    Há poucos dias vi na imprensa que o Governo do Estado e o Tribunal de Justiça querem fazer uma nova sede para o Judiciário e que tem 40 milhões de reais disponíveis para as obras. Tenho certeza que há uma saída para essa situação. Esperantina é cidade pólo da região dos Cocais e uma das 10 maiores cidades do Piauí e o Estado tem um débito muito grande com o nosso município. Esperantina é uma cidade sem estádio, esgotamento sanitário, IFPI, Universidade Federal, Estadual, IBAMA, Corpo de Bombediros, IBGE, Receita Federal , etc, etc, etc. Queremos a união de nossos políticos para o bem de nosso município e não para destruí-lo.
    Com a palavra o povo e nossos políticos.

  2. E quanto a reforma do antigo fórum , com tanto tempo de espera e dinheiro gasto pois ali não se vê nenhuma obra ou funcionário trabalhando. Será que estã tendo mesmo uma reforma por lá???

  3. Tenho uma idéia para o colégio David Caldas. Esperantina é uma cidade turística e tem uma história a ser preservada. Assim como Oeiras, a primeira capital do Piauí, tem seu Instituto Histórico, daria uma sugestão para se criar o nosso também e ali se tornar a sede que contaria toda a nossa história, desde a instalação das primeiras fazendas de gado, até os dias atuais, que aliás, são a origem de quase todas as cidades nordestinas e cheias de tantos valores culturais.

    Fica a aqui a minha idéia.

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