O ex-prefeito de Esperantina, Felipe Santolia (sem partido), responderá na justiça por homicídio culposo e por ter oferecido vantagens financeiras para que testemunhas mentissem à justiça.
Na manhã desta terça-feira (18), na 6º Vara Criminal, três testemunhas confirmaram na presença do Juiz Dr. Raimundo Holland e da Promotora de Justiça Clotildes Carvalho, que era o politico quem dirigia o veículo modelo Troller que capotou próximo ao Shopping Riverside, no ano de 2006, causando a morte do policial militar José Gomes, então segurança de Santolia.
Na época, Ítalo Mendes, motorista do prefeito, assumiu a culpa pelo acidente. Disse que conduzia o veículo no momento da capotagem. A nova versão para o caso surgiu apenas no final do ano passado, quando o processo chegou na fase de julgamento.
Derrotado nas eleições de 2008, Santolia negou assessoria jurídica ao acusado. “Ele disse que não tinha mais nada a ver com isso”, afirma Ítalo. Desamparado e prestes a ser julgado, o ex-motorista reuniu Carlos Augusto e Silas Sabóia, que estavam no carro no dia do acidente, e, com a ajuda deles, deu uma nova versão para o caso. A verdadeira, segundo o que afirmaram durante a audiência.
Carlos Augusto, que era amigo de Santolia e assessor especial da prefeitura, confirma que o político estava na direção da Troller no momento do acidente. E vai além: relata que o prefeito tomou duas doses de whisky e cheirou algumas “carreirinhas de pó [cocaína] no banheiro do boliche do Riverside”. Tudo isso minutos antes da tragédia.
A mentira
Foi atendendo a um pedido do próprio Felipe Santolia que as três testemunhas do caso mentiram. Dentro de um carro, minutos antes de prestar depoimento, Carlos relata que ouviu de Santolia a versão a ser contada para a polícia. “Ele [Santolia] disse que ou eu confirmava a história ou não trabalhava mais na prefeitura de Esperantina e em nenhuma outra prefeitura do Piauí”, conta a testemunha.
Com isso, Felipe Santolia se livraria de duas acuações: a primeira por dirigir sem habilitação e a outra por ter causado a morte do policial militar José Gomes. Outro benefício adquirido com a mentira foi ter recebido R$ 79 mil do seguro do carro. “Em vários outros acidentes em que se envolveu, o Felipe fez com que os motoristas assumissem a culpa. Assim ele recebia o dinheiro do seguro”, denuncia Carlos Augusto.
Ítalo Mendes assumiu toda a culpa pelo acidente com vítima fatal mediante garantias de estabilidade no empego, aumento de salário e assessoria jurídica para se defender das acusações que viriam. Com a quebra de parte do trato, resolveu, dois anos depois, contar o que chama de “verdadeira história”.
Mais processos
Absolvido da acusação de homicídio culposo, o ex-motorista de Felipe Santolia, Ítalo Mendes, declarou sentir-se aliviado. Contudo, todos os envolvidos no caso serão novamente processados.
A promotora Clotildes Carvalho afirma que vai pedir abertura de inquérito policial contra Santolia e solicitar abertura de processo contra o ex-prefeito por homicídio culposo e por oferecer dinheiro e vantagens para que as testemunhas mentissem.
Carlos Augusto e Silas Sabóia serão acusados por falso testemunho e Ítalo Mendes por alta acusação falsa e induzir a justiça ao erro.
Fonte: Portal Az
Justiça seja feita para todos os que sofreram injustiças e perseguições nesse processo que ainda vai dar muito o que falar…