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Ex-prefeito absolvido sai livre do Fórum após 3,4 anos preso pela morte da esposa

A defesa do ex-prefeito José de Arimateas Rabelo conseguiu a absolvição pelo júri popular na morte da ex-primeira-dama Gercineide de Sousa Monteiro, baseado na falta de materialização da participação do viúvo no crime.

O julgamento foi realizado ontem(11) na 1ª Vara da Justiça de Oeiras e durou cerca de 18 horas.
José de Arimatea estava preso há 3 anos e 4 meses na penitenciária Irmão Guido aguardando o julgamento e saiu do Fórum direto para casa, já que o alvará de soltura é dado imediatamente à decisão.
De acordo com o diretor de Secretaria do Juizado Especial e do coordenador do Júri Popular, Benedito Carneiro, os jurados decidiram pela negativa de autoria porque ainda dentro do interrogatório das testemunhas de acusação e defesa, o advogado réu, Nazareno Thé, foi mostrando as contradições encontradas, inclusive, nas provas periciais do local de crime.
“O intuito da defesa era desclassificar o roteiro dado pela acusação que estava no processo. No depoimento, a corré no crime a dona Noêmia (empregada doméstica) só respondeu a duas perguntas do Ministério Público e depois se reservou no direito de ficar calada. As duas perguntas foi sobre o horário que chegou à residência e se ela tinha falado com o prefeito assim que chegou. Ela respondeu que chegou por volta das 5h50 da manhã e que ele tinha entregue um objeto enrolado em um pano e pedido para ela esconder no teto da casa. Mas, a imagem de uma câmera de segurança de um comércio na frente da casa do ex-prefeito, mostra um carro semelhante ao do prefeito saindo antes da chegada de Noêmia, por volta das 5h25 da manhã, seria Zé Simão indo ao sítio, onde só retornaria às 8h, horário que achou a esposa morta na cama”, conta Benedito Carneiro que assistiu ao julgamento.
Ele acrescenta que as imagens foram arroladas no processo também pela acusação. E disse que outra contestação foi sobre o enrijecimento do corpo de Gercineide. “A perícia apontou que ela havia morrido por volta de 1h30 da manhã, mas a defesa contestou com outro laudo feito por um perito de fora e com o depoimento do pai da vítima que disse que chegou lá mais de 8 horas e ainda viu o sangue descendo do ouvido para a boca”, disse.
Além do pai, o irmão da Gercineide e o filho do casal foram arrolados pela defesa e informaram sobre a relação conjugal entre Zé Simão e a vítima. Eles teriam relatado que havia discussões mais pela gestão na prefeitura do que pela relação íntima e que nunca teriam presenciado ameaças ou agressões físicas.
Os interrogatórios também teriam demonstrado que não haveria a hipótese de suicídio, porque a arma do crime foi encontrada em cima da casa, supostamente escondida e também não havia resíduo de pólvora nas mãos da vítima.
“A verdade só deve aparecer no julgamento de Noêmia, que foi desmembrado e que está suspenso porque o processo está no STJ (Supremo Tribunal de Justiça). Quando descer e ela passar pelo júri é que pode se chegar a um desfecho para esse crime”, concluiu Benedito Carneiro.
O promotor de Justiça Marcondes Pereira de Oliveira informou ao Cidadeverde.com que vai recorrer da decisão do júri.
Gercineide foi morta enquanto dormia no dia 10 de fevereiro de 2015. Na época, o então prefeito e a empregada foram presos em flagrante. Ela conseguiu habbeas corpus e ele permaneceu preso até a madrugada de hoje.

Cidade Verde

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