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Dia de Finados divide celebrações

CemitérioO Dia de Finados é um feriado oficial do calendário brasileiro, mais especificamente do calendário católico. Todos os anos, no dia 2 de novembro, pessoas se deslocam aos cemitérios para rezar, deixar flores e acender velas por seus mortos. O que poucos sabem é que a data também é lembrada por budistas, judeus e seguidores de outras religiões. Cada um à sua maneira e com seus próprios rituais, sem deixar de lado o respeito e o culto ao ente que se foi.

No budismo, a morte significa nova vida. Quem morre no mundo material, nasce para o mundo espiritual. Para os budistas, o Dia de Finados acontece em outra época do ano e serve para que as pessoas voltem à sua terra natal e revejam seus familiares e amigos. “É um momento não só religioso, mas familiar. Nós levamos ao túmulo dos nossos antepassados incensos, frutas e flores”, explica o budista Caio Inoue.

Os mortos do povo árabe são enterrados com o rosto virado para Meca, cidade sagrada. Após serem lavados, perfumados e enrolados em um tecido branco sem costura, as pessoas falecidas são sepultadas sem caixão. Normalmente, os árabes possuem seu próprio cemitério, o Cemitério Islâmico. Dentro do calendário da religião, entretanto, os mortos são lembrados com orações no fim do Ramadã (mês sagrado) e no Dia do Sacrifício (fim do período de peregrinação à Meca).

Alguns mulçumanos que moram no Brasil também visitam os túmulos de seus entes no Dia de Finados. Eles leem o Alcorão, livro sagrado do islamismo, e alguns fiéis doam comida aos pobres. Tudo isso, para cultuar os mortos em respeito ao costume do país que os abrigou. Mas, queimar velas e levar flores ao morto não é costume. Na verdade, é considerado um grande pecado para eles.

Na religião judaica, não se comemora o Dia de Finados. Os judeus celebram apenas a existência. Da vida daqueles que morreram, ficam somente com a lembrança. Nos túmulos são colocadas pedras, pois segundo eles, as pedras não murcham como as flores, elas permanecem e sempre serão vistas indicando que alguém visitou o túmulo. Os judeus vão ao cemitério uma vez ao ano, próximo ao ano novo judaico, celebrado em setembro.

O 2 de novembro também não é comemorado por evangélicos e espíritas. As duas religiões concordam que a data não é especial mesmo sendo feriado nacional. “Para nós, é um dia como outro qualquer”, afirma Leonardo Ribeiro, evangélico. O espírita Luiz Duarte diz: “Respeito a crença, mas é um dia como os demais, tanto para os encarnados quanto para os desencarnados”.

Para os que acreditam na importância do Dia de Finados, os cemitérios da cidade de Esperantina estarão abertos durante todo o dia de hoje.

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